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    “Em abril o sistema de saúde entrará em colapso”, diz Mandetta

    Saúde Pública

    6195 Jornal A Bigorna 20/03/2020 23:10:00

    O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta sexta-feira, 20, que até o final de abril o sistema de saúde brasileiro vai entrar em colapso pela epidemia do novo coronavírus. "Claramente, em final de abril nosso sistema de saúde entra em colapso", afirmou, ao lado do presidente Jair Bolsonaro. "O que é um colapso? Você pode ter o dinheiro, o plano de saúde, mas simplesmente não há sistema para você entrar", explicou.

    Mandetta e Bolsonaro participaram de videoconferência com empresários sobre medidas de enfrentamento ao novo coronavírus.

    O ministro disse que pretende atuar para tentar evitar esse provável cenário. "A gente está modelando para ver se trabalhamos com algumas interrupções, segurando o máximo dos idosos que são quem leva ao colapso do sistema", afirmou.

    Mandetta disse que o padrão de transmissão do vírus é "muito competente". "São Paulo está fazendo o início do seu redemoinho [de transmissão]. A gente imagina que ela vai pegar velocidade e subir nas próximas semanas, 10 dias. A gente deve entrar em abril e iniciar a subida rápida, isso vai durar os meses de abril, maio, junho, quando ela vai começar a ter uma tendência de desaceleração. O mês de julho deve começar o platô. Em agosto o platô vai começar a mostrar tendência de queda e aí a queda em setembro é profunda, tal qual a de março na China", afirmou o ministro, durante a videoconferência.

    Em entrevista coletiva concedida após a videoconferência com os empresários, Mandetta foi questionado por jornalistas sobre o que significa o colapso do sistema e diminuiu o tom. "Temos muitas forças. Se nós não fizéssemos nada, se não aumentássemos a nossa capacidade instalada, se ficássemos parados, olhando, nós teríamos um megaproblema. Porque esse sistema do jeito que ele vem, sem fazer nada… O nosso sistema ainda aguentaria, mesmo com a capacidade instalada normal, por volta de 30 dias", afirmou.

    O ministro disse que o governo está trabalhando duro para ampliar leitos e centros de tratamento intensivo em diversas cidades. “A Itália não teve tempo de fazer, mas estamos ampliando semana a semana. O sistema pode inflar, crescer, temos espaço, mas precisamos garantir equipamentos, luvas”, disse.

    O ministro ressaltou ainda que a Itália, um país de primeiro mundo e que tem um sistema de saúde mais organizado que o brasileiro, suportou a pandemia por um tempo muito baixo devido à grande quantidade de idosos no país.

    Nesse sentido, o ministro manifestou preocupação com o Estado do Rio Grande do Sul, que também tem alto índice de população idosa, enquanto no Amazonas a população é mais jovem e tem menos casos. “Somos um continente”, disse, ressaltando que as medidas devem ser coordenadas em todo o País.

    "Não é colapso definido que vai ser o colapso. É um quadro que nós temos de saber como enfrentar, onde enfrentar. Adianta abrir leito de CTI em locais que não têm nem casode transmissão?  Será que teremos uma epidemia em paralelo em todos os Estados? Será que as medidas nos Estados, nas cidades menores, será que as cidades menores não podem ser o grande refúgio dos idosos? Tudo isso está no nosso cenário".(DoEstado)

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