Assis Chateaubriand

O governo João Dória começou 2020 dando marcha ré na educação, ao simplesmente deixar de investir 45 reais por aluno da rede pública baixando para meros 1 real. Isso mesmo, seu filho (a) que necessita de uma escola pública receberá um grande incentivo para ter uma rede escolar pública descente.

Nosso sistema prisional é uma estrutura cara, segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a média nacional de custo por preso é de R$ 2.400 – em SP 1.450 mil reais. Os custos refletem gastos com sistema de segurança, contratação de agentes penitenciários e outros funcionários, serviços como alimentação e compra de vestuário, assistência médica e jurídica, entre outros.

Para piorar o Brasil também é um dos primeiros colocados em percentual de crianças e jovens com idade escolar que não estão matriculados em nenhuma instituição.

O último levantamento a média nos países ricos segundo a OCDE ( Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) nos últimos anos do ensino fundamental e no médio é de US$ 10,5 mil por aluno, o que representava 176% a mais do que o Brasil. Com a gestão Dória a diminuição da verba por aluno entraremos ainda mais num abismo no ensino.

A escola é um meio de transformação, uma boa escola com professores valorizados, para que crianças possam sonhar com um futuro que não seja miserável. Estamos falando de adolescentes e jovens que moram nas periferias, lugares mais vulneráveis. A escolaridade na população carcerária é baixa e a realidade nos mostra que se houvesse escolas de qualidade, de fato, eles poderiam ter um futuro diferente.

Pobres crianças, jovens e adolescentes que sonham tanto em estudar, que não têm as condições de pagarem por isso, e, inevitavelmente, apostam seus futuros nas escolas públicas, que há anos estão sendo sucateadas pelos nossos governantes.

Em 1982 Darcy Ribeiro já vaticinava a destruição de uma Nação que não aposta no ensino:  “Se em 20 anos os governantes não construírem escolas, não haverá dinheiro para construir presídios.”

“Quem abre escolas, fecha presídios.” – Vitor Hugo.

Chatô é escritor