• testando

    Epidemia de prisões

    Estudo social

    1376 Jornal A Bigorna 25/06/2019 13:20:00

    Em 1990, um a cada 1.666 brasileiros estava preso. Hoje, essa proporção é de um a cada 292. Em menos de trinta anos, a população carcerária do Brasil se multiplicou por oito, impulsionada, em parte, por um aumento significativo nas prisões por tráfico de drogas – que se equiparou ao roubo como crime mais comum nas cadeias brasileiras. Sobram presos, faltam presídios e condições adequadas: para cada vaga do sistema penal, há quase dois presos.

    Em abril deste ano, havia mais de 715 mil presos no Brasil, segundo levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Isso é três vezes o efetivo do Exército Brasileiro atualmente na ativa.

    Para cada pessoa matriculada em cursos de graduação em medicina no Brasil, há quase cinco presidiários

    Um em cada três presos no Brasil ainda aguarda julgamento – ou seja, é preso provisório. Há duas vezes mais presos nessa condição (246,2 mil) do que alunos matriculados em cursos de doutorado no Brasil (114,9 mil).

    A taxa de encarceramento no Brasil é duas vezes maior que no México: enquanto um a cada 292 brasileiros está preso, um a cada 604 mexicanos está na mesma condição.

    Dez anos atrás, os crimes de roubo eram a principal causa de prisões no Brasil. Para cada pessoa presa por tráfico de drogas, havia duas presas por roubo. Hoje, a proporção é de um para um. Isso porque, na última década, o número de presos por tráfico de drogas mais que dobrou: passou de 63,2 mil em 2007 para 156,6 mil em 2016.

    A população carcerária do estado de São Paulo (237,1 mil) é três vezes maior que a da Argentina (76,2 mil), embora a população total de paulistas seja igual à de argentinos.

    Para cada vaga em estabelecimentos penais no Brasil, há quase dois presos. Em Pernambuco, estado com a maior taxa de superlotação, há três presos para cada vaga.

    A probabilidade de encontrar alguém contaminado pelo vírus HIV em presídios é três vezes maior que fora deles.

    Fontes: Conselho Nacional de Justiça (CNJ); Ministério da Defesa; Ministério da Educação; Departamento Penitenciário Nacional (Depen); Instituto Nacional de Estadística y Geografía (Inegi); Sistema Argentino de Información Juridica (SAIJ); Ministério da Saúde.

    IMAGENS ANEXADAS

    Epidemia de prisões
    OUTRAS NOTÍCIAS

    veja também