“O mundo não foi feito no tempo, mas sim com o tempo.” Com a frase do nosso querido Santo Agostinho, inicio a coluna dessa semana. O tempo não volta, então, sigamos adiante!

Tempo é algo que o prefeito não sabe utilizar. Como é que ele inventa de doar sete áreas do distrito industrial em pleno recesso da Câmara. Teve três anos pra fazer isso, mas quer fazer agora. A toque de caixa.

O parágrafo acima é uma simples ilação. Portanto, não está se acusando ninguém, mas simplesmente se levantando uma hipótese, afinal trata-se de dinheiro público e de atos de agentes públicos.

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Mas e o Barreto? Ao invés do nobre petista cumprir a função da Câmara de escarafunchar toda essa história, ele estaria pressionando para votar o assunto do jeito que está.

Do jeito que age, inclusive trocando afagos públicos com Jô Silvestre no camarote da Emapa, o presidente da Câmara parece estar jogando no time do prefeito. Adalgisa concorda com a tese.

Alguém devia dizer ao Barreto o seguinte: 1º a Câmara deveria levantar o critério das doações. 2º perguntar ao prefeito por que não foi feito um chamamento público, para que outros empresários pudessem disputar as áreas.

Alguém deveria perguntar ao Barreto: 1º por que ele não recomenda ao prefeito fazer um chamamento público? 2º por que ele não convoca a esposa do Tucão, ops, secretária de Indústria pra falar sobre essas doações?

A mesma pessoa podia perguntar ao Barreto por que ele persegue tanto a Adalgisa. A irmã do saudoso Paulo Ward é uma das vozes mais ativas da oposição.

Pelo sim pelo não, a bancada do prefeito tem aplaudido de pé os atos do petista. E parece que ele está gostando.

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Enchentes. Os (poucos) amigos que fiz nessa linda Estância dizem que o problema tem mais de 40 anos. Mas eu que sou meio bobo, não entendo: isso dá salvo conduto pro prefeito atual não fazer nada?

É como o paciente que reclama que há 20 anos tem dores abdominais e que já passou por outros dois médicos sem solução. Aí o novo médico diz que são provocados por pedras nos rins.

Aí o paciente diz: o senhor não vai tratar? Aí o profissional responde: os outros médicos não fizeram nada, e a culpa não é minha. E aí o paciente vai embora, com as dores, com as pedras nos rins, sem solução.

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Atenção servidores: a Emapa consumiu uma boa parte dos recursos dos cofres municipais. Agora vem a conta: como pagar o décimo-terceiro? Parece que vai sobrar pra Câmara.

Novamente o Legislativo virou uma espécie de cheque especial do prefeito. O recurso que poderia ser usado em investimentos, vai servir pra pagar a folha. Será que alguém acha isso certo, em uma cidade reconhecidamente carente?

Perdoem o tom amargo da coluna dessa semana. O Guazzelli, sempre tão simpático, queria algo mais alegre. Mas a chuva e o calor tiram o meu humor. E a música alta da última festa se fez presente até dentro do meu banheiro.

Não há boa vontade que resista a essa balbúrdia, paga com dinheiro dos contribuintes, ainda mais na minha idade. Mas prometo melhorar na próxima. Au revoir.

F. Marat é escritor e ideólogo, amante do silêncio e da parcimônia.