*Bianca Stella
A decisão judicial que desobriga o prefeito Jô Silvestre a responder requerimentos de vereadores foi a peça-chave para dificultar ainda mais as relações entre o Legislativo e o Executivo. Isso porque transparência nunca foi uma conduta a ser prezada pela atual administração. Mesmo após diversas denúncias feitas pela bancada oposicionista ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas do Estado, Jô Silvestre continuou driblando a pressão exercida pela Câmara e conseguiu ter a justiça a seu favor.
Conhecido por não se relacionar bem com a imprensa, o atual governo trocou por duas vezes o responsável pela Secretaria de Comunicação. No início do mandato de Jô o cargo ficava sob comando de Givanildo Pereira, que logo foi substituído por Josená Bijolada Araújo. Aos trancos e barrancos, Zena sempre ‘trocava farpas’ com os veículos de comunicação avareenses.
Exonerado em abril deste ano, ele passou o posto de secretário para a presidente do MDB de Avaré, Carla Flores. As mudanças ao longo do tempo não se apresentaram como boa estratégia administrativa, já que a pasta de Comunicação – ao lado das secretarias de Educação e Saúde -têm sido vista como ‘calcanhares de Aquiles’ do atual governo.
E a fragilidade expõe um grave problema a ser resolvido pelo atual prefeito: o silêncio da Secretaria quanto aos questionamentos da imprensa local só comprova o despreparo de um dos setores que sustentam (ou deveriam sustentar) a reputação do governo.
Há pelo menos três semanas, a reportagem da Comarca tem tentado entrar em contato com a Secretaria, para pedir esclarecimentos sobre denúncias recebidas e informações de interesse público. Informações essas que são fundamentais para a população, tais como estatísticas de vacinação, indicadores sociais e até mesmo sobre casos confirmados de doenças presentes de forma maciça na grande mídia. As campanhas estão a todo vapor pelo Brasil afora, e os esforços da imprensa local para informar o cidadão de nada adiantam frente à inércia de um governo que tenta fugir de seus deveres por meio da censura, da mordaça e do silêncio.
Assim como em todos os momentos da história, a mídia continuará desempenhando seu papel de estimular o senso crítico de suas audiências. Quanto às respostas dadas (ou não) pelo Poder Público, a imprensa continuará, sobretudo, independente e justa porque como já dizia George Orwell, Jornalismo é “tudo aquilo que não quer que se publique, todo o resto é apenas publicidade”. E de publicidade o dito governo de “reconstrução” nada entende, já passou da hora de reconstruir a sua imagem.
Bianca Stella é jornalista