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    Palanque do Zé # 100 - O dia em que vi um avião do Exército

    672 Jornal A Bigorna 27/06/2020 12:50:00


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    Em 1998 eu tinha 11 anos e estava operado das pernas mais uma vez, o que era bem comum em minha infância, já que fiz 10 cirurgias ao longo da minha vida, sendo que 9 delas ocorreram nos meus 12 primeiros anos.

    Por isso, meus pais e avós faziam bastante esforço para me deixar feliz. Eles sempre estavam tentando me animar de algum modo, e isso me ajudou a superar aqueles anos difíceis, com certeza.

    O principal e mais marcante desses esforços foi meu Pai quem fez: Ele me levou até o Aeroporto Estadual de Avaré-Arandu "Comandante Luiz Gonzaga Lutti", no início do ano de 1998, para ver um avião Lockheed C-130 Hercules transportar presos numa operação conjunta entre a Polícia Militar do Estado de São Paulo e o Exército Brasileiro.

    A operação era necessária porque na época o então Vice-Governador em exercício, Geraldo Alckmin, queria acabar com as cadeias públicas e precisava remover os detentos para as 12 novas Penitenciárias que o Governador Mário Covas havia iniciado a construção antes de se afastar por motivos de saúde. Ele jamais reassumiria o posto máximo do Palácio dos Bandeirantes, já que sucumbiu ao câncer.

    Dessas 12 penitenciárias que citei, apenas por curiosidade, vale dizer que uma delas é a Penitenciária II "Nelson Marcondes do Amaral", de Avaré.

    A magia da coisa era que, além de eu querer muito ver um avião desse porte, ainda tinha que torcer para a operação acontecer em um dia de folga do meu Pai, que era policial militar. Senão ele teria que trabalhar na transferência, e não poderia me levar.

    Mas tudo deu certo e, após diversos alarmes falsos, em que a Polícia ficava de prontidão, mas o tal do avião não vinha, meu Pai entrou de férias e a diversão estava garantida: Eu veria de perto como seria uma transferência de presos!

    Fomos umas três vezes até lá, mas nada do Hercules aparecer. Até que um dia, por volta das 14 horas, soubemos que era oficial: A aeronave chegaria em algumas horas.

    Entramos meu Pai e eu num Passat vermelho que tínhamos, e fomos para o aeroporto e estacionamos do lado de fora, já que era - obviamente - impossível adentrar no recinto, que estava bloqueado.

    Eu tinha que ficar com as pernas esticadas sob uma almofada o tempo todo, então ficamos dentro do carro. Não deu para ver quase nada, mas a emoção de ver o gigante Lockheed C-130 Hercules chegar foi enorme.

    Daria tudo certo? Os bandido estavam planejando fugir, como temia o Governo Paulista? O avião conseguiria pousar na pista de 1.480 metros do aeroporto? Essas perguntas certamente tinham respostas óbvias para todos os envolvidos na operação, mas fervilhavam na minha cabeça de criança.

    É claro que tudo deu absolutamente certo e, após o comboio com os presos deixar a região, os quatro turbopropulsores do Hercules foram acionados em potência máxima e o avião, que é adotado por mais de 50 forças armadas em todo o mundo, justamente por ser capaz de pousar ou decolar em pistas pequenas como a do nosso Aeroporto, decolou.

    Aquele momento foi mágico porque, além de meu Pai e eu estarmos juntos fazendo coisas de homem, por duas ou três horas, me esqueci das dores constantes que sentia em razão da cirurgia.

     

     

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    Recado importante!

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    Já tem umas duas semanas que estou pensando em algo bacana para escrever no 100º Palanque, mas a ideia só me ocorreu na madrugada de domingo, 21 de junho, uns cinco dias antes dessa coluna ir ao ar. Espero que você tenha gostado!

    Por fim, essa será a minha última coluna diária aqui no Jornal A Bigorna, pois agora o Palanque volta a ser semanal, como sempre foi.

    Isso é importante porque voltei a trabalhar após o fim da quarentena e meu tempo livre para pesquisar e escrever diminuiu drasticamente. Sempre fui dos que preferem qualidade ao invés de quantidade.

    E também é importante ressaltar que o objetivo de termos colunas diariamente era oferecer para você, conteúdo de qualidade para se entreter durante o período do #FiqueEmCasa, que aparentemente já passou.

    Espero ter cumprido a missão de te entreter, emocionar, ensinar e, porque não, moldar um pouquinho o seu modo de ver as coisas, afinal, esse é o grande sonho de todo colunista!

    Muito obrigado por você ter me apoiado durante esses tempos estranhos e difíceis com as suas leituras, curtidas, compartilhamentos e mensagens via Facebook, Whatsapp e E-mail. Até semana que vem!

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