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    Palanque do Zé #106 - O que pode ser pior do que uma explosão nuclear?

    2640 Jornal A Bigorna 17/08/2020 12:00:00

    Palanque do Zé

    Quando estamos no Estande de Tiro e efetuamos um disparo e ele não sai por algum problema, temos que esperar com a arma empunhada e mirada para um local seguro por ao menos dez segundos. Eu gosto de esperar mais do que isso, só para garantir. Afinal, o seguro morreu de velho!

    Sabe quando você estava naquele churrasco de Ano Novo nos anos 70, 80 ou 90 e o seu Tio bêbado insistia em soltar rojões “para iniciar bem o ano”? Era ruim demais não? Isso se você não teve o azar de presenciar o mesmo Tio bêbado tentando soltar um rojão que falhou… aí era horrível, pois o álcool em excesso o impedia de raciocinar e ele acabava inadvertidamente mirando o rojão para pessoas ou locais impróprios. Vivi isso uma vez. Só que ao invés de o rojão não explodir, ele funcionou tardiamente e os fogos ficaram no chão. Foi um corre só, mas ninguém se machucou.

    Bom, nessa altura do campeonato você já sabe a resposta para o título dessa coluna: A coisa pior do que uma explosão nuclear é uma tentativa frustrada de explosão nuclear.

    Mas explosões nucleares falham? Aos montes! Só os Americanos já detonaram 1.054 dispositivos nucleares, seguidos dos Soviéticos com 715.

     

    AEm 12 de Julho de 1957 os conterrâneos do Trump estavam na área de testes de Nevada e tencionavam ver do que a bomba de  codinome Diablo era capaz. Mas a dita cuja estava mais temperamental do que a minha impressora, e decidiu que não queria funcionar.

     

    A alguns quilómetros do local da detonação, todos se perguntavam o que havia acontecido e olhavam para o Dr. Gerald Johnson, diretor do teste.

    Após vários minutos constrangedores, ele organizou uma equipe contendo dois indicados e três voluntários, para irem até a base de testes e desplugar os fios, garantindo assim, que a bomba que falhou continuasse falha.

    Esses “sortudos” eram Walter Arnold e Forrest Fairbrother, engenheiros, Bernard Rubin, engenheiro químico, Edmund Tucker, funcionário da empresa que montou a instrumentação que monitorava a bomba, e por último Robert Burton, engenheiro elétrico da Sandia Corporation e responsável por armar a bomba.

    Quando o Quinteto chegou à base da torre, algo quase tão pior do que a bomba explodir aconteceu: Alguém havia removido o motor do elevador, para que ele pudesse ser utilizado em outra torre. Isso os fez ter que subir cerca de 150 metros pela escada, que era fixada a 90 graus. Lembre-se que a temperatura do Deserto de Nevada não é convidativa para atividades ao ar livre e muito menos para a prática de esportes!

    Aliás, por falar em motor retirado, a suspeita do Quinteto era que durante a remoção do dito cujo, alguma ligação elétrica importante da bomba tenha sido rompida acidentalmente.

    Como não havia mulheres no Quinteto, eles julgaram que seria desnecessário que todos subissem até a bomba, já que os homens conseguem ir aos lugares desacompanhados dos amigos. Por isso, apenas três subiram e dois ficaram em solo.

    Em termos de segurança não faria diferença, pois em caso de explosão, a onda de calor os derreteria mais rápido do que o dinheiro miúdo some da sua carteira! Mas ao menos evitaria esforços desnecessários...

    Após 45 minutos de subida, entre um descanso e outro, a plataforma principal foi atingida. Como a inspeção visual não demonstrou nada de errado, eles desparafusaram com as próprias mãos as travas dos dois conectores principais, puxaram os cabos e desarmaram a Diablo.

    Exceto a parte das escadas e do calor escaldante, terminou tudo bem. E, três dias depois, com os problemas técnicos resolvidos, a explosão aconteceu com sucesso.

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