• testando
    1787 Jornal A Bigorna 26/02/2022 18:40:00

    Palanque do Zé

    “Antes de tudo, esteja armado”. Essa frase, atribuída a Nicolau Maquiavel, nunca fez tanto sentido para a Ucrânia, já que o seu Presidente, Volodymyr Zelensky, está distribuindo armas para todos os cidadãos que quiserem e se acharem aptos a defender o País.

    Acredito que essa não é somente uma estratégia excelente, como a única possível tendo em vista que o Exército Ucraniano é absolutamente menor do que o Russo, tal como mostrei neste post no Facebook.

    Pelo mesmo motivo, faz total sentido que o Governo esteja ensinando na TV, os ucranianos a fazerem Coquetéis Molotov, uma bomba incendiária de fabricação caseira que consiste em uma garrafa cheia de combustível contendo um pavio no gargalo.

    Tal arma era usada - vejam só a ironia – pelos civis russos, para atacar os integrantes do Exército Alemão durante a Segunda Guerra Mundial.

    Mas, voltamos aos fatos: Suponhamos que o Governo Ucraniano consiga armar 1/3 da população. Como o País tem cerca de 44 milhões de habitantes, seriam quase 13 milhões e meio de pessoas armadas e preparadas para atrapalhar o avanço do invasor.

    Talvez você pense: Mas como civis irão combater profissionais à altura? Será, evidentemente, uma tarefa hercúlea, mas a chamada "guerra irregular" é um pesadelo para qualquer exército formal nos nossos dias. Os Estados Unidos aprenderam isso do jeito difícil no Iraque, Afeganistão e Paquistão, por exemplo.

    Por quê?

    Apenas imagine como se sente o soldado que tem como missão invadir uma nação com milhões de atiradores, que estão pulverizados por todos os locais, de bases militares a pitorescas ruas residenciais. Tenso!

    Essa estratégia não foi criada por mim, evidentemente.

    A Suíça, por exemplo, determina que todos os seus homens e mulheres, ao concluírem o Serviço Militar, levem suas armas para casa e treinem constantemente para qualquer eventualidade... Afinal, eles são neutros, não alvos fáceis!

    A Ucrânia só está sofrendo agora, as consequências de uma má escolha feita em 1994, quando assinou o "Memorando de Budapeste", oportunidade em que entregou impressionantes 1.600 ogivas nucleares à - vejam novamente a ironia surgindo nesse texto - Rússia.

    O tal do "Memorando de Budapeste" previa que a Ucrânia jamais seria invadida ou ameaçada por qualquer dos signatários da carta, inclusive a Rússia. Assim, por causa de um simples pedaço de papel, a ex-terceira maior potência nuclear do Mundo passou a ser um alvo extremamente atraente, dada sua localização estratégica, que dá acesso à Rússia, aos Mares de Azov e Negro. 

    Aliás, justamente pelo fato de a Rússia ser uma potência nuclear, é que ninguém vai entrar em conflito direto com ela. Notas de repúdio e sanções econômicas não vão resolver, até porque Putin se preparou militar e economicamente para o momento.

    Por falar em estratégia, vocês perceberam que Putin atacou a Ucrânia sempre que os Estados Unidos estavam sob o comando de homens fracos? A Crimeia caiu sob Obama, enquanto a guerra atual se dá sob Biden, que era o vice de Obama!

    Durante o Governo Trump, que era capaz de impor sua vontade (ainda que ilegítima) ao Mundo, Putin aguardou e se preparou pois sabia que seria militarmente repreendido.

    Mas voltemos para a Ucrânia. Hoje, um pensamento cada vez mais preponderante no País é: "Tínhamos o terceiro maior arsenal nuclear do Mundo, desistimos dele por um pedaço de papel e veja o que aconteceu”.

    Entretanto, o problema não é só esse. Enquanto o Ocidente e Europa passam por uma clara degradação de valores morais e sociais, o Oriente e Ásia, notadamente Rússia e China, caminham em sentido exatamente oposto, de recrudescimento e beligerância.

    E isso fica muito claro quando vemos que a Rússia tem como Presidente Vladimir Vladimirovitch Putin, um Tenente-Coronel e ex-agente secreto da KGB e, posteriormente chefe dos serviços secretos soviético e russo, KGB e FSB, respectivamente, enquanto o Presidente da Ucrânia é Volodymyr Olexandrovytch Zelensky, um ator, roteirista, comediante, produtor e diretor de cinema.

    Estou defendendo com isso, que a Rússia pode invadir a Ucrânia? Claro que não! Estou querendo dizer que os ucranianos e demais povos do Ocidente e Europa, estão errando na hora do voto, ao escolher para o Comando Supremo de suas Nações, pessoas que não tem – pelo menos numa primeira impressão - capacidade de ocupar a função.

    Mas porque essa Guerra está acontecendo? De acordo com Putin, o ingresso da Ucrânia na Aliança Militar OTAN é uma expansão para o leste que ameaça a existência da Rússia. Foi por isso que no final do ano passado, ele apresentou aos Estados Unidos e à própria OTAN, uma lista de exigências de segurança.

    Dentre elas, a principal era a garantia de que a Ucrânia nunca entraria para o Clube, de modo que a aliança reduziria sua presença na Europa Oriental e Central.

    É de se dizer que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) é uma aliança militar internacional que existe desde 4 de abril de 1949. Constitui-se em um sistema de defesa coletiva através do qual os seus atuais 30 Estados-membros estão obrigados a responder a um ataque feito por terceiros, a qualquer dos seus sócios. Hoje, o gasto militar combinado de todos os membros da OTAN representa mais de 70% do total de gastos militares de todo o Mundo.

     

    Evidentemente, Putin não está certo de agir como age, mas tem razão ao temer que uma associação tão poderosa esteja presente tão fortemente em seu “quintal”.

    E o Brasil? Bem, não somos um grande ator quando o assunto é diplomacia mundial, então a nossa opinião importa pouco. Mas o Brasil condenou a invasão da Rússia à Ucrânia durante a reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que ocorreu na noite de 25 de fevereiro.

    Na oportunidade, o Governo Brasileiro, através do Embaixador Ronaldo Costa Filho, disse que "a integridade territorial e a soberania (dos países) não são palavras vazias. É nosso dever dar significado concreto a elas (...) precisamos criar condições de diálogo, buscar espaço para diálogo enquanto garantimos que a invasão no território soberano seja inaceitável (...) precisamos buscar caminhos para a paz na Ucrânia, não recuar nas negociações diplomáticas. As vidas de milhões estão sob ameaça. No fim, a paz precisa prevalecer".

    De acordo com o Embaixador do Brasil em Kiev, Norton Rapesta, existem cerca de 500 brasileiros na Ucrânia, e o Governo está empreendendo esforços no sentido de repatriar aqueles que assim desejem.

    Acredito que o Brasil deve se envolver o mínimo possível no conflito, pois a realidade é que não temos qualquer tipo de controle sobre a questão, mas mantemos relacionamento bilateral com ambas as nações, o que poderá nos trazer prejuízos financeiros enormes no caso de desagradarmos um ou outro, em especial a Rússia.

    O Governo Federal deve estar atento ao Dólar e às importações, que podem afetar nossa já combalida economia, que começou a demonstrar sinais de retomada após o arrefecimento da crise causada pela Pandemia de COVID-19.

    Do jeito que as coisas estão, a Ucrânia está sozinha nessa Guerra, assim como estiveram a extinta Tchecoslováquia e Polônia nos momentos anteriores a Segunda Guerra Mundial, até porque a Europa depende dos oleodutos que conectam o fornecimento de gás russo diretamente à Alemanha e outras nações vizinhas.

    Pessoalmente, acredito que a Ucrânia deve lutar até o fim, visando não cair nas garras do comunismo novamente, do que se livrou com o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, algo que me parece ser obvio, Putin quer reviver.

    --- -- ---

    Pensamento

    “É melhor morrer em combate, do que ver ultrajada a nossa nação”. - Sir Winston Leonard Spencer Churchill. Foi um estadista britânico, famoso principalmente por sua atuação como Primeiro-Ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial.

     

    --- -- ---

    Link do Telegram

    Se você gosta e apoia o meu conteúdo, acesse o Grupo do Palanque do Zé no Telegram! Lá você recebe todos os links das colunas e ainda pode opinar sobre as próximas colunas.

    https://t.me/joinchat/Fj9ChIbo2zI0Y2Yx

     

    OUTRAS NOTÍCIAS

    veja também