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    Petrobrás deixará de receber US$ 10 milhões por dia devido ao coronavírus

    Economia

    989 Jornal A Bigorna 01/03/2020 10:30:00

    Os efeitos produzidos pela crise do coronavírus podem levar a Petrobrás a deixar de receber até US$ 10 milhões por dia. Essa ‘perda’ diária, dizem especialistas, seria causada pelos atrasos na entrega de plataformas. Sete embarcações foram encomendadas pela estatal a estaleiros da Ásia, principalmente na China, Cingapura e Coreia do Sul, os três países mais afetados pela epidemia até agora.

    Uma fila de plataformas foi planejada para os próximos 4 anos, o que vai ajudar a empresa a avançar no pré-sal Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

    A construção de uma plataforma dura anos e representa o maior custo de um projeto de produção de petróleo. As empresas petroleiras acompanham de perto as obras, para evitar que os cronogramas de entrega sejam estendidos e para garantir que as plataformas comecem a produzir e a gerem receita o quanto antes.

    A Petrobrás, como suas concorrentes, corre contra o tempo. Uma fila de plataformas foi planejada para os próximos quatro anos, o que vai ajudar a empresa a avançar rapidamente no pré-sal. Para o ano que vem é esperada a entrega de duas unidades. São obras que já estão na reta final e, por isso, devem ser as mais afetadas e têm mais chance de atrasar.

    Uma plataforma tem capacidade de produzir 150 mil barris de petróleo por dia, algumas um pouco mais. Considerando a cotação do óleo de US$ 52 na semana passada, é possível estimar que a cada 24 horas sem produzir a Petrobrás deixa de ganhar US$ 7,8 milhões. Somado a isso há a receita gerada pela extração de gás natural, o que eleva a conta a US$ 10 milhões, segundo cálculo de Carlos Maurício Ribeiro, sócio do Vieira Rezende Advogados.

    A Petrobrás, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que “as informações existentes até o momento sobre os impactos do coronavírus na economia mundial não permitem que sejam feitas projeções seguras sobre as consequências para as operações da companhia”.

    As consequências nos projetos da estatal vão depender da extensão da crise e da sua difusão pelo mundo, salientou Ribeiro. Por conta da transição energética, que vai impor cada vez mais preços mais baixos aos combustíveis fósseis, companhias petroleiras do mundo todo correm contra o tempo para transformar suas reservas de petróleo em dinheiro. Com isso, cada dia de atraso de um projeto tem um custo maior para as empresas.

    A crise atual ainda pode gerar novos problemas à gestão da Petrobrás, que aposta na venda de ativos para reduzir o endividamento. Um deles é a desistência das empresas chinesas em adquirir um conjunto de refinarias. Os diretores da estatal têm dito que o negócio está atraindo o interesse de muitos investidores. A tendência é que sejam especialmente interessantes para os chineses, que têm a preocupação de garantir combustível para o consumo interno e apostado alto no Brasil nos últimos anos.(DoEstado)

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