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    Ponte próxima a Avaré ganha destaque no jornal Estadão por condições precárias de estrutura

    3700 Jornal A Bigorna 12/01/2022 22:00:00

    Uma ponte na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), em Piraju, e próxima a Avaré está com avarias aparentes na estrutura, o que tem preocupado moradores da região e usuários da estrada. Os problemas são mais visíveis na parte inferior da Ponte Jurumim, que passa sobre o Rio Taquari (no km 295,3) e tem 215 metros extensão, em trecho de pista simples.

    Parte do concreto se desprendeu entre os pilares e também na estrutura, expondo parte do aço que sustenta a ponte. O trecho não é concedido e está sob administração do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), que prepara uma licitação para obras no local. O órgão disse que realizou vistorias e não há danos estruturais.

    Segundo o Ministério Público do Estado de São Paulo, um inquérito civil sobre o caso está em andamento. A instituição relatou ter recebido imagens da delegacia local na segunda-feira, 10, para que a promotoria de Justiça de Piraju tome as "eventuais providências".

    Para especialistas ouvidos pelo Estadão, a ponte está em deterioração e precisa passar por uma recuperação ou reforço. Segundo eles, os dados disponíveis até o momento, porém, não apontam que a estrutura esteja necessariamente prestes a ruir.

    O corretor de imóveis Marcelo Teruel, de Bauru, registrou em vídeo as fissuras ao passar de barco sob a ponte, quando navegava no lago formado pelo represamento do Taquari.

    Teruel conta que a estrutura fazia um barulho, como estalos, conforme fluía o tráfego na parte superior. “Vi aqueles pilares deteriorados, com o ferro (aço) exposto”, comenta. O corretor diz ter passado outras vezes no local, mas que o nível da água estava mais elevado e, portanto, não era visível a desagregação do concreto. “O negócio está feio demais”, descreve.

    Nesta segunda-feira, 10, a reportagem esteve no local e constatou que a situação segue a mesma. Quatro dos cinco conjuntos de pilares estão com concreto desagregado. Em um deles, a armadura (estrutura de aço essencial para a sustentação) do pilar está exposta. No tabuleiro da ponte, as juntas de dilatação apresentam desníveis, o maior deles com quatro centímetros. 

    O DER informou que vai publicar edital de licitação para o reparo da ponte nas próximas semanas, em data ainda não definida. Segundo o departamento, foram realizadas diversas vistorias no local, incluindo subaquática, que não detectaram danos estruturais na ponte. “Os dados colhidos nessas vistorias estão servindo para a confecção do processo licitatório”, informou.

    De 2019, uma norma da ABNT (NBR 9452) prevê a inspeção anual de pontes, viadutos e passarelas de concreto no Brasil. Em nota, o CREA-SP diz estar ciente do caso após ter recebido denúncias, ter acionado as autoridades responsáveis para que realizem a manutenção e recuperação e que acompanhará a situação.

    Reparos precisam ser feitos a curto prazo, dizem especialistas

    Especialistas ouvidos pelo Estadão avaliam que a estrutura precisa passar por reparos ou reforço em um curto prazo, a depender do que for avaliado em uma inspeção técnica. “É um problema urgente. Necessita de recuperação, pelo estado de degradação. Mas não apresenta risco de segurança, a princípio", afirma o engenheiro civil Rafael Timerman, especializado em estruturas e diretor do Instituto de Engenharia. Para ele, não há risco de colapso iminente.

     

    Timerman explica que a avaliação e recuperação da estrutura neste momento, em que está emersa, é mais barata e fácil. Quando fica abaixo do nível da água, também é necessário mobilizar equipes de mergulho e, por vezes, usar outras técnicas e materiais, como aponta o também engenheiro civil Tiago Carmona, professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie.

    Carmona destaca que a avaliação técnica é necessária em diferentes pontos da ponte para identificar a demanda por reforço ou recuperação. Pelas imagens, avalia que o concreto pode ter passado por um processo erosivo causado pela água, o que ocorre especialmente quando o material não tem resistência adequada para o ambiente e, por isso, talvez seja preciso realizar intervenções em mais trechos da estrutura.

    Na inspeção, é possível, por exemplo, aferir se a parte superior (o “gabarito”) segue segura para o tráfego ou se é preciso fazer alguma restrição, como proibição temporária do tráfego de veículos pesados ou limitação das faixas disponíveis, dentre outros. Ele afirma que não é comum a identificação de estampidos ou outros sons nestes tipos de estrutura.

    “Tem de ser feito o quanto antes, não dá para esperar o período da seca", ressalta. “A situação não é adequada, pode ser classificada como situação de risco. Ações de remediação têm que ser tomadas a curto prazo. Quem for fazer inspeção vai avaliar a urgência.”(Do Estado de SP)

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