
A taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais no Brasil recuou de 5,4% em 2023 para 5,3% em 2024, apontam dados divulgados nesta sexta (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O percentual mais recente sinaliza a manutenção da trajetória de queda do indicador, que renovou a mínima da série histórica iniciada em 2016.
Naquele ano, a proporção de analfabetos era de 6,7% no país. Os dados integram um módulo de educação da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).
A taxa de 5,3% significa que o Brasil ainda tinha 9,1 milhões de analfabetos em 2024, apesar da queda ao longo da série. É mais do que a população inteira do Pará estimada na Pnad (quase 9 milhões). O estado é o nono mais populoso do país.
Pelos critérios do levantamento, os analfabetos são aqueles que não conseguem ler e escrever um bilhete simples. O PNE (Plano Nacional de Educação) estabeleceu, em sua meta 9, a redução da taxa de analfabetismo entre as pessoas de 15 anos ou mais para 6,5% até 2015 e a erradicação até 2024, afirmou o IBGE.
A exemplo de outras pesquisas, como o Censo Demográfico 2022, a Pnad também indica que o problema atinge sobretudo as gerações mais velhas. Isso ocorre em razão da existência de gargalos mais intensos para o acesso ao ensino no passado, segundo especialistas.
Dos 9,1 milhões de analfabetos de 15 anos ou mais em 2024, 5,1 milhões tinham 60 anos ou mais, o equivalente a 56,4% do total. Em outras palavras, o dado mostra que os idosos formavam mais da metade do grupo que não sabia ler e escrever um bilhete simples.
Considerando apenas a população de 60 anos ou mais, o percentual de analfabetos foi de 14,9% em 2024. Em 2016, no começo da série, estava em 20,5%.
"O analfabetismo atinge muito mais as pessoas mais velhas. Ou seja, há um legado histórico de analfabetismo que vem sendo carregado pela população", afirmou William Kratochwill, analista da pesquisa do IBGE.(Da Folha de SP)