• Covid-19: Fiocruz confirma circulação de nova variante

    247 Jornal A Bigorna 16/07/2025 18:30:00

    A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou a circulação da variante XFG do coronavírus na cidade do Rio de Janeiro. A linhagem foi identificada em 46 casos de covid-19 diagnosticados de 1º a 8 de julho, respondendo por 62% dos genomas analisados no período.

    O Rio de Janeiro é o quarto Estado com identificação da cepa, em circulação também em São Paulo (dois casos), Ceará (seis casos) e Santa Catarina (três casos).

    Detectada inicialmente no Sudeste Asiático, a linhagem XFG tem se espalhado rapidamente por vários países e, em 25 de junho, foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “variante sob monitoramento”.

    As análises dos casos no Rio de Janeiro foram realizadas por meio de uma parceria entre a Fiocruz e a Secretaria Municipal de Saúde após um leve aumento de diagnósticos de covid-19 em unidades básicas da cidade.

    Ao todo, foram feitas 74 análises. Além da variante XFG, foi identificada em um paciente a linhagem NB.1.8.1, que também está classificada como “sob monitoramento”. As demais amostras apresentaram linhagens diversas do Sars-CoV-2.

    Considerando que mais da metade das amostras apresentou a variante XFG, é possível avaliar que a linhagem está associada ao leve aumento de casos no município, segundo informou, em nota da Fiocruz, a virologista Paola Resende, que integra o grupo consultivo da OMS responsável pela classificação de risco do vírus.

    Riscos

    Segundo a OMS, até o dia 22 de junho, foram documentados 1.648 testes positivos para a variante no mundo.

    Considerando os resultados entre 26 de maio e 1º de junho, a XFG representava 22,7% das amostras analisadas globalmente. Apenas quatro semanas antes, a proporção era de 7,4%.

    No Sudeste Asiático, a presença da variante passou de 17,3% para 68,7% no mesmo período. Ela também já é dominante na Índia.

    Ainda assim, de acordo com a entidade, o risco que a XFG oferece à saúde pública, em nível global, é baixo.

    Perfil da variante

    A XFG faz parte da família Ômicron e é uma combinação de duas outras variantes: LF.7 e LP.8.1.2. A amostra mais antiga foi coletada em 27 de janeiro de 2025.

    Em comparação com outras linhagens em circulação, ela tem um perfil de mutação diferente na proteína Spike, que o vírus usa para entrar nas células humanas.

    Segundo análises da OMS, essas mutações tornam a variante um pouco mais apta a escapar da resposta do sistema imunológico em comparação com a LP.8.1, por exemplo.

    Segundo o infectologista Renato Grinbaum, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), o fato de essa variante ter mais mutações é motivo de atenção. “Existe a possibilidade, ainda que remota, de termos casos mais graves, mas não como os que tivemos em 2020”, diz.

    Apesar disso, ainda não há evidências de que a gravidade do quadro associado à XFG seja maior do que a causada por outras variantes em circulação. “Todo esse grau de alerta é exatamente para evitar a disseminação e propagação de uma cepa que teoricamente poderia ser mais intensa”, explica o médico.

    Sintomas

    Os sintomas associados à XFG são semelhantes aos de outras linhagens do SARS-CoV-2. De acordo com Grinbaum, um ponto de diferença é que sinais gastrointestinais, como dor abdominal e diarreia, são um pouco mais frequentes. Outro sintoma relatado por pacientes acometidos pela variante é a rouquidão.

    Vacinação

    Segundo a OMS, espera-se que as vacinas contra covid-19 atualmente aprovadas permaneçam eficazes contra essa variante, evitando o agravamento da doença.

    Assim, conforme aponta o Ministério da Saúde, a imunização é a principal forma de se proteger. Em 2025, mais de 14,2 milhões de doses já foram distribuídas em todo o País.

    Além disso, desde 2024, a vacina contra covid-19 passou a integrar o calendário nacional para gestantes, idosos e crianças. Ela é aplicada em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs).(Do Estado de SP)

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