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    656 Jornal A Bigorna 21/04/2024 10:10:00

    Palanque do Zé

    Já falamos longamente sobre criptomoedas aqui no Palanque do Zé, e já sabemos que essa é uma tecnologia que veio para ficar.

    E, a boa sabedoria popular nos ensina que se não podemos vencer algo, devemos nos unir a ela. Afinal, não é o fato de eu gostar ou não gostar de criptomoedas que vai fazer com que elas existam ou não.

    É o mesmo caso do Pix. No início, poucos confiavam. Hoje, a maioria das pessoas utilizam o serviço, querendo ou não.

    Mas a coluna de hoje não é sobre isso, mas sim sobre uma das Leis Básicas do Capitalismo: Oferta e demanda.

    Na esfera das criptomoedas, a lei da oferta e demanda tem um impacto direto no valor dos ativos digitais.

    Aproximadamente a cada quatro anos, ocorre um evento capaz de modificar essa dinâmica e influenciar o preço da principal e mais significativa criptomoeda do mundo. Esse procedimento é conhecido como Corte do Bitcoin pela metade, ou “Halving do Bitcoin”, se você quiser gourmetizar a coisa.

    O fato é que, sempre que o Corte do Bitcoin ocorre, a produção de novas criptomoedas é reduzida pela metade.

    Em 2024, está prevista a ocorrência do corte do bitcoin pela quarta vez.

     

    O que é Corte do Bitcoin?

    Referido corte implica em redução na produção da criptomoeda. Isso acontece sempre que 210 mil Bitcoins são minerados. Este processo ocorre aproximadamente a cada quatro anos.

    Pode ser estranho limitar a produção de uma moeda digital descentralizada, que não é regulada por qualquer instituição financeira ou banco central. Contudo, é justamente por isso que esse processo se faz necessário.

    Quando o Bitcoin foi concebido, o corte foi incorporado em seu algoritmo como uma maneira de controlar a inflação do ativo – uma característica que o diferencia de moedas convencionais, suscetíveis à emissão infinita.

    Dessa forma, a produção diminui pela metade a cada quatro anos aproximadamente – até se esgotar, o que está previsto para acontecer em 2140, quando 21 milhões de moedas terão sido emitidas.

     

    Quando ocorrerá o Corte do Bitcoin em 2024?

    Não há uma data exata para o Corte do Bitcoin em 2024, mas estima-se que seja por volta do meio de abril.

     

    Desde 2008, quando o Bitcoin foi criado, já ocorreram três cortes:

     

    - Em 28 de novembro de 2012, quando a produção de novos bitcoins caiu de 7.200 para 3.600 bitcoins por dia;

    - Em 9 de julho de 2016, quando o limite diário passou a ser 1.800 e,

    - Em 11 de maio de 2020, quando apenas 900 bitcoins começaram a ser minerados por dia.

     

    Como ocorre o Corte do Bitcoin?

    Novos Bitcoins são gerados pelo processo de mineração – e é aqui que o corte entra em ação, reduzindo pela metade a recompensa aos mineradores.

    Minerar Bitcoins não é uma tarefa simples. Para realizá-la, é necessário possuir um computador com alta capacidade de processamento, que os nossos computadores comuns não possuem, nem mesmo os feitos para jogos. Portanto, os mineradores adquirem máquinas específicas para essa finalidade.

    Assim como um minerador de ouro procura esse metal em meio a outros minerais, o de Bitcoin utiliza o computador para realizar inúmeros cálculos por segundo e encontrar, dentro de um conjunto de códigos, a sequência perfeita que torne um bloco de transações de Bitcoin compatível com o bloco anterior.

    Quando encontram, os mineradores recebem uma recompensa em Bitcoins por cada bloco minerado – e é justamente essa recompensa que é reduzida pela metade a cada corte.

    Atualmente, a recompensa por cada bloco minerado é de 6,25 Bitcoins. Isso deverá diminuir para cerca de 3,12 nos próximos dias.

    Como o corte afeta o preço do Bitcoin?

    Com a oferta de novos Bitcoins reduzida pela metade, é de se esperar que o preço da criptomoeda aumente. Isso ocorre porque o preço das criptomoedas é essencialmente determinado pela oferta e demanda durante as negociações. Com uma oferta menor de Bitcoins no mercado e uma demanda igual ou até maior, a tendência é que os preços subam. Brilhante, não?

    Entretanto, é preciso ter cuidado, pois como o Bitcoin é um ativo financeiro altamente volátil, não é possível afirmar com certeza se o Corte realmente fará o valor da moeda virtual realmente subir.

    No Corte de 2012, quando esse evento ocorreu pela primeira vez, o preço do Bitcoin começou a aumentar após a redução das recompensas para os mineradores.

    Mas no Corte de 2016, a dinâmica foi distinta. A criptomoeda sofreu uma desvalorização de 10% inicialmente, mas posteriormente o preço começou a subir, acumulando um aumento de 284% em um ano.

    No ano seguinte ao Corte de 2020, houve uma valorização de 559%.

    Isso porque diversos fatores influenciam a negociação de Bitcoins, portanto, o ideal é acompanhar de perto as flutuações do mercado e não se deixar influenciar por eventos específicos.

    Além disso, a regra básica de qualquer investimento é não deixar todos os ovos em uma única cesta. Eu, particularmente, nunca deixo mais de 10% do meu patrimônio em qualquer tipo de aplicação financeira. Isso garante que se as coisas serem errado, o prejuízo não afetará o meu padrão de vida, e ainda permite que eu aproveite eventuais lucros em ações, moedas e etc.

    De toda sorte, lembre-se de que resultados passados não representam resultados futuros, e que todas as atividades financeiras trazem riscos, assim como tudo na vida.

     

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    Na coluna passada, contei que o Google havia bloqueado minha conta do JRF Advocacia. Tudo foi resolvido.

    No fim das coisas, o problema era com a Associação dos Advogados de São Paulo (AASP), e atingiu milhares de advogados no Brasil todo.

    Mas isso não invalida nenhuma linha do que escrevi, e o caso deve servir de lição para todos nós.

    De todo modo, eu preferi descentralizar os aplicativos que uso para trabalhar e agora a Proton vai ganhar ainda mais espaço lá no Escritório.

    A cada dia que passa, mais eu vejo que “descentralização” é a palavra da vez.

     

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