• Palanque do Zé #327 – A farsa da redução de jornada

    368 Jornal A Bigorna 18/11/2024 12:50:00

     

    A Proposta de Emenda à Constituição, de autoria da Deputada Érika Hilton (Psol-SP) que visa alterar a jornada de trabalho no Brasil, reduzindo-a de 44 para 36 horas semanais, com o modelo 4 dias de trabalho e 3 de folga é um verdadeiro absurdo lógico.

    Apesar disso, já recebeu 227 assinaturas, superando o mínimo necessário para tramitar na Câmara dos Deputados.

    O texto mantém a possibilidade de compensação de horários mediante acordo coletivo e precisa passar por diversas etapas legislativas, incluindo aprovação em dois turnos na Câmara e no Senado, para ser implementado, o que não vai ocorrer, se os Deputados Federais e Senadores tiverem o mínimo de bom-senso.

    Defensores apontam que a medida beneficiaria o trabalhador com mais tempo para lazer e estudos. Tentador, porém extremamente falso.

    Explico:

    Se a sua jornada de trabalho for reduzida, o seu patrão terá que contratar outra pessoa para cobrir a sua ausência, afinal, ele não pode deixar o negócio dele fechado, principalmente em setores, como hotelaria, turismo, vigilância, saúde, alimentação, varejo, e etc.

    Qual é a primeira coisa que vai acontecer? Aumento de custos, num País que já tem uma das maiores taxas de juros real do mundo e que é um dos campeões também, quando se fala de carga tributária.

    Como não existe mágica no capitalismo, e o lucro é o objetivo final, tais custos terão que ser cortados ou repassados ao consumidor final. E é exatamente aí que a gente se ferra.

    Vamos supor que o Joãozinho ganhe R$ 3.000,00 por mês, já que está na Empresa há algum tempo. Seu patrão conta com o resultado do seu trabalho para arrecadação de dinheiro e, quem sabe, lucrar após o pagamento de coisas como salários, INSS, FGTS, Vale, 13º salário, 1/3 de férias, plano de saúde, aluguel do espaço comercial, contas de luz, internet, telefone, água, esgoto, compra de mercadorias ou insumos, marketing, taxas, tributos e impostos, material de limpeza e escritório e muito, mas muito mais.

    Como Joãozinho deixou de arrecadar o mesmo tanto de dinheiro, apesar de ter tentado – de verdade – produzir cerca de 20% a mais por dia, para compensar o prejuízo do dia parado, acabou ficando doente e não deu conta do recado.

    Isso vai obrigar seu Patrão a contratar mais alguém (que ganhará um salário mínimo). E esse alguém produzirá o mesmo que Joãozinho, só que por menos da metade do preço. Será nessa hora que seu Patrão pensará que demitir Joãozinho é um bom negócio, pois ele colocará outra pessoa no seu lugar, ganhando menos do que a metade do preço, já que também perceberá um salário mínimo.

    Oras! Se Joãozinho ganhava R$ 3.000,00 mensais e foi demitido a troco de duas pessoas que ganham um Salário Mínimo Nacional, que hoje vale R$ 1.412,00, seu Patrão terá duas pessoas trabalhando para ele, gastando R$ 176,00 a menos do que se estivesse só com Joãozinho!

    A conta não fecha!

    Mas vamos mais longe um pouco: Agora Joãozinho está desempregado e possivelmente doente, mas os boletos continuam a chegar. Como ele é arrimo de família, vai se

    virar... Vai ser Uber, vendedor ambulante, fazer salgados ou quem sabe até pedreiro. Não há qualquer problema com essas profissões, mas o fato é que agora Joãozinho ganha menos e trabalha mais, porque virou seu próprio Patrão!

    E, caso não se dê tão bem por conta própria, ainda vai procurar emprego, que vai lhe remunerar mal, obrigando-o a usar seus “três dias de folga” para trabalhar em outra função, que complete sua renda.

    Mas será que a Deputada Érika Hilton (Psol-SP) não sabe disso? Será que os outros 227 Deputados que assinaram a proposta para que o Projeto possa tramitar na Câmara dos Deputados não sabem disso?

    Claro que sim! Acontece que a precarização das relações de trabalho (para nos empobrecer) e a piora na qualidade do ensino (para nos emburrecer) gera a nossa eterna dependência financeira do Governo! Esses são pilares centrais do Projeto de Poder da Esquerda.

    Nunca tire da sua cabeça, ao analisar qualquer coisa que a Esquerda diga, duas coisas:

    1) A Esquerda não gosta do pobre, ela gosta da pobreza e,

    2) A Esquerda demoniza o empresário e a livre-iniciativa, porque esses são os caminhos mais óbvios para que nós nos tornemos livres e independentes.

     

    Ter o cidadão “dono do próprio nariz” é inaceitável para a Esquerda, porque diminui o Estado ao essencial: Saúde, Educação e Defesa Nacional. Um Estado Mínimo tem bem menos dinheiro e funções a serem distribuídos aos apaniguados. Isso é um verdadeiro terror para aqueles que mamam em suas voluptuosas tetas!

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