
Homem de 43 anos teria atraído a vítima com ligação telefônica; os outros três investigados — ex-mulher, enteado e comparsa — já haviam sido presos em maio. Prisões temporárias foram prorrogadas
A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Avaré, prendeu na manhã desta sexta-feira, dia 27 de junho, o quarto suspeito de envolvimento no homicídio de um taxista de 60 anos, ocorrido em abril de 2024, no município de Coronel Macedo. O investigado, de 43 anos, foi localizado em uma chácara situada às margens da Rodovia SP-255, zona rural de Taquarituba, onde trabalhava. A prisão foi cumprida por força de mandado expedido pela Vara Única da Comarca de Taquarituba.
De acordo com a investigação, o preso teria utilizado uma linha telefônica corporativa para simular a solicitação de uma corrida de táxi, atraindo a vítima ao local onde foi executada. A chamada, registrada na tarde de 15 de abril de 2024, foi a última recebida pela vítima, e partiu de número vinculado ao estabelecimento comercial onde o investigado mantinha vínculo empregatício.
A prisão foi realizada após buscas nos endereços previamente autorizados pela Justiça. Como o suspeito não se encontrava em sua residência, os policiais diligenciaram até seu local de trabalho, onde ele foi formalmente cientificado do mandado de prisão temporária e teve seu telefone celular apreendido. O investigado foi encaminhado à Delegacia de Polícia Taquarituba, onde permanece custodiado, aguardando audiência de custódia. Depois será removido para uma cadeia da região específica para a custódia de presos temporários.
A ação representa mais um desdobramento da investigação iniciada após o encontro do corpo da vítima no interior de seu veículo, em estrada rural de Coronel Macedo, com sinais de estrangulamento. Inicialmente tratada como morte suspeita, a ocorrência passou a ser investigada como homicídio qualificado, com evidências de premeditação, motivação financeira e tentativa de simulação de suicídio.
Em 28 de maio de 2025, a DIG de Avaré já havia cumprido três mandados de prisão temporária contra os outros investigados: uma mulher de 45 anos (esposa da vítima), seu filho de 27 anos (enteado da vítima), e um homem de 51 anos, que mantinha suposto relacionamento extraconjugal com a esposa e é apontado como executor do crime.
A esposa da vítima confessou ter articulado o plano homicida com o comparsa, alegando histórico de abusos domésticos. Contudo, a investigação também apurou motivações econômicas, como a existência de seguro prestamista de R$ 70 mil em nome da vítima e movimentações patrimoniais que incluíram a aquisição de veículos financiados em seu nome pouco antes do crime.
A prisão do quarto suspeito foi fundamentada em relatos colhidos durante os interrogatórios dos investigados presos anteriormente, que o apontaram como partícipe direto na execução, inclusive sendo o responsável por fazer a ligação que serviu de isca à vítima.
Além da prisão, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em três endereços vinculados ao investigado, bem como representações pela quebra do sigilo telefônico e telemático. A Justiça também deferiu a prorrogação das prisões temporárias dos três investigados anteriores, com fundamento na complexidade do caso e na necessidade de novas diligências.
Segundo o Delegado de Polícia Adriano Leite de Assis, titular da DIG de Avaré, a prisão do quarto suspeito representa uma etapa crucial para o encerramento da fase investigativa. “Com essa prisão, consolidamos os elementos que sustentam a participação de todos os envolvidos diretos no crime. As evidências colhidas até aqui apontam para um homicídio premeditado, motivado por interesses financeiros e cometido com frieza”, afirmou o delegado.