A avareense Shirley Prado, mãe do garoto J. A. P. C de 4 anos entrou em contato com o Jornal A Bigorna no dia de ontem, 22, onde relatou que um agente político conseguiu intermediar o atendimento de seu filho junto a Centro especializado em odontologia na cidade de Bauru.
“Como fomos até vocês para pedir socorro, hoje venho a agradecer a sua Redação, ao Jornal A Bigorna e a uma pessoa que pediu para não ter o nome divulgado, o qual me ajudou a encontrar o caminho para o meu filho ser atendido. Também quero agradecer a Promotoria de Avaré, a um dentista de Avaré que me procurou para tentar ajudar, e também a todos que ofereceram ajuda e todas as pessoas que de uma forma direta ou não nos ajudaram com orações”. – disse.
Segundo Shirley já foi marcada a cirurgia para a próxima semana. “Uma cirurgia que esperamos 1 ano. Muito obrigada de coração a todos os envolvidos que nos ajudaram”- disse a mãe emocionada.
Descaso- O Jornal A Bigorna solicitou junto a prefeitura de Avaré informações sobre o caso, mas a administração do imprevisível Jô Silvestre (PTB), não retornou ao contato, mostrando mais uma vez que prefere o distanciamento entre Silvestre e a imprensa, além de não esclarecer assunto de caráter público e assistencial.
Relembre o caso- A avareense Shirley Prado entrou em contato com o Jornal A Bigorna nesta semana relatando e pedindo ajuda às autoridades da cidade para que seu filho, de 4 anos e 8 meses possa conseguir atendimento odontológico.
A mãe relatou que seu filho possui má formação no intestino, e ficou 3 meses na UTI neonatal da Unesp. Segundo a mãe quanto teve alta hospitalar, a criança teve que voltar para fazer uma laringoscopia e veio a ter uma parada cardíaca na mesa, e assim teve que ser feito uma traqueostomia de emergência para salva-lo
Shirley destacou que o menino ficou 4 anos e teve muitas pneumonias, traqueoides, e devido a isso teve que tomar muito antibióticos fortes, e veio acarretar num estrago de seus dentes.
“Eu levei ele na dentista da APAE de Avaré e o dentista me disse que teria que extrair dois dentes. O dentista me encaminhou para Araçatuba no dia 05 setembro de 2019. Isto levou 3 meses para chegar em Araçatuba. Lá a dentista disse que não poderia atendê-lo, pois ele precisava de um centro cirúrgico com uma UTI. Ele tem apneia e perdia o fôlego, e poderia acontecer o pior”-. Disse a mãe.
A mãe relatou ao Jornal A Bigorna que, posteriormente foi mandada para Avaré com uma carta dizendo que precisaria encaminhá-lo para o lugar certo, e que a infecção já estava começando.
“Voltamos novamente para Avaré e nos encaminharam para Bauru. Em Bauru não chegou nem a atendê-lo e mandaram nós novamente para Araçatuba. Novamente a dentista ficou horrorizada de nos ver por lá e nada teria resolvido. Ela fez outra carta, ligou para Avaré e falou que tinha vergonha da situação de uma criança não ser atendida pelo município.”- disse a mãe
Ainda segundo relato de Shirley, a dentista-chefe de Araçatuba lhe informou que já não eram mais 2 dentes e sim 8 dentes para serem extraídos.
“Voltamos novamente para Avaré, entramos na Justiça. Faz 3 dias que ele não come, não dorme, muita dor, está com uma infecção. Meu filho está correndo risco, pois essa infecção pode ir para o cérebro ou coração. Está tomando remédios fortes para dor e antibióticos. Ele tem baixa imunidade, ele se trata na Unesp com médico Gastro, Otorrino, Neuro e em Bauru com transplante coquelar. Só que eles não podem atender o meu filho, pois depende da secretaria de Avaré. Sou mais uma mãe desesperada me humilhando pelo direito que meu filho tem, nada disso é de graça, pois pago meus impostos corretamente, mais não temos condições de pagar particular, é direito da criança e nada fazem para ajudar, fazem vista grossa. Peço às autoridades, por favor me ajudem a cuidar do meu filho”- desabafou a mãe – que já não sabe mais a quem recorrer.
Decisão Judicial- Em sentença a Justiça de Avaré concedeu e determinou que a criança fosse atendida com urgência.
Parte da sentença exarada: (...) O perigo da demora da prestação jurisdicional é inquestionável, dado que a falta de tratamento compromete sua saúde e, consequentemente, direito à vida digna. Assim, comprovado que o autor necessita do tratamento odontológico e que os requeridos não estão cumprindo com o dever constitucional, bem como que é hipossuficiente economicamente, entendo que é caso de deferimento do pedido liminar.
Diante do exposto, presentes os requisitos legais, defiro o pedido liminar e determino que o Município de Avaré e o Estado de São Paulo forneçam ao autor J. A. P. C. o tratamento odontológico nos termos da prescrição médica, sob pena de penhora de valor correspondente ao custo do procedimento.
Nota da Redação- Por se tratar de um menor de idade, a Reportagem não colocou os documentos de saúde da criança para preservar sua identidade e aguarda manifestação da prefeitura de Avaaré.