
Secretários estaduais nomeados pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), turbinam os próprios salários com pagamentos extras que fazem seus vencimentos chegarem a quase R$ 70 mil mensais.
Penduricalhos adicionam quase R$ 20 mil a mais nos salários, em alguns casos. O bônus, conhecido no jargão da administração pública como "jetons", é pago para que os secretários atuem como conselheiros em entidades públicas.
Renda bruta ultrapassa os R$ 50 mil com jetons. Atualmente, um secretário estadual recebe R$ 32.671,36 como salário, mas pelo menos quatro deles ganham R$ 19,6 mil adicionais nos dois conselhos de empresas públicas onde têm assento, o que engorda seus vencimentos. São os casos de Guilherme Afif Domingos (Projetos Estratégicos), Arthur Lima (Casa Civil), Andrezza Rosalém (Desenvolvimento Social) e Samuel Kinoshita (Fazenda).
Salário de Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de Segurança Pública, chega a quase R$ 70 mil com penduricalhos. Além de receber R$ 46,3 mil como deputado federal licenciado, ele também acumula R$ 9,6 mil da aposentadoria como policial militar e ganha quase R$ 6,6 mil de cada um dos dois conselhos de administração dos quais participa no governo estadual. A soma dos valores garante a Derrite uma renda mensal bruta de R$ 69,1 mil.
Secretários são indicados para entidades sem ligação com suas áreas de formação. Derrite, por exemplo, é conselheiro fiscal do Metrô e da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), embora atue na área da segurança.