Como estou de férias, tenho dedicado bastante tempo aos assuntos que mais gosto. Dentre esses, a defesa do armamentismo ocupa grande destaque.
Sempre que os desarmamentistas conversam comigo, lhes faço três perguntas simples, diretas e objetivas.
A resposta geralmente se assemelha a isso: O Estado, por meio da Polícia, que arrecada impostos para fazê-lo.
O problema dessa resposta é que o objetivo do Estado com a Polícia, não é te defender. É garantir a ordem social. Fora que o Estado não é onipresente para estar ao seu lado o tempo todo, visando garantir a sua segurança. Talvez algo muito próximo a isso aconteça com os chefes de Estado, mas jamais com o cidadão comum.
E é, inclusive justamente por isso, que você não vai ganhar um processo de danos materiais contra o Estado, por ter um carro roubado na rua da sua casa, por exemplo.
Todas as vezes, a resposta é: Porque essa arma pode ser roubada, pode ser usada em brigas de trânsito, de bar, de casais e etc. Fora que uma criança pode pegá-la e causar um acidente.
A verdade é que tudo isso parte de premissa falsa. Se uma arma for roubada, ela não vai modificar a grande ordem das coisas, tendo em vista que os bandidos não tem, no furto de armas, uma fonte sequer considerável de se armar, já que para isso, se valem do tráfico internacional de armas e de assaltos a bases da Polícia, Forças Armadas, empresas de segurança e etc.
No que diz respeito às brigas, todo mundo sabe que as pessoas pensam duas vezes antes de sacar uma arma quando se tem conhecimento de que a outra também pode fazê-lo. A maior parte dos leitores dessa coluna já era um ser pensante nos anos 80, quando comprar uma arma era extremamente comum, e sabemos que não vivíamos num faroeste.
Agora, penso que se você tem uma arma e a deixa acessível para uma criança, você já falhou enquanto ser humano, pai, mãe ou o que quer que seja. E a sua criança fatalmente se machucará de outra maneira, pois o problema é você, e não as armas.
Nunca houve resposta para essa pergunta, mas sempre tentam rebater: Mas e se você tentar matá-lo, e ele levar a melhor num confronto?
Sempre respondo que prefiro cair atirando, do que viver de joelhos. Fora que eu jamais conseguiria viver sabendo que alguém entrou na minha casa, barbarizou a minha mulher e filhos, e eu nada fiz porque estava despreparado.
A verdade é uma só: Armas são instrumentos criados para facilitar a nossa vida, tanto quanto um martelo, um celular ou um automóvel. É claro que você precisa ter responsabilidade para comprar, ter e manusear uma arma. Mas você não precisa ser responsável ao dirigir? Ao acender uma churrasqueira? Ao tomar um medicamento?
Aliás, o que você faz na vida, que não tem consequência? A questão é o grau dela, e não se existirá.
O desarmamento popular só interessa aos bandidos e ditadores. Perceba que nenhum povo armado foi escravizado.
O que as ditaduras de Cuba, Coreia do Norte e Venezuela têm em comum? Todas retiraram do povo o direito de possuir uma arma de fogo. Aliás, se você fizer um estudo mais aprofundado, verá que esse é o modus operandi dos ditadores ao longo de toda a história moderna: Desarmar, doutrinar, dominar.
Talvez você pense que isso jamais aconteceria por aqui, mas está enganado, afinal, o Partido dos Trabalhadores quase conseguiu fazer isso com o Brasil! Não podemos jamais descansar, porque o inimigo não descansa.
A grande questão não é ter uma arma ou não. Se você não quer, simplesmente não tenha. O problema é permitir que o Estado retire de você o direito de ter uma arma.
Ontem te tiraram o direito de ter uma arma, apesar de o Referendo pelo Estatuto do Desarmamento ter sido pelo “Não”. Hoje te mandam ficar em casa, apesar de você ter que sair para ganhar a vida. Amanhã vão te tirar qual outro direito fundamental?
O brasileiro, assim como o norte-americano e o europeu, precisa valorizar mais as suas liberdades civis, seus direitos e privilégios. Toda vez que alguém te retira um direito, você se torna menos livre e mais frágil.
Nunca foi sobre armas. Foi sobre liberdade.
Dito tudo isso, caso ainda queira responder as perguntas deste texto, mande um e-mail para fusco@fusco.info, que me comprometo a publicar sua resposta na próxima coluna.