
A Polícia Civil informou que foi presa na tarde desta quarta-feira (23) uma advogada, de Pirapozinho, que estava foragida após a execução da Operação Ethos, realizada no Oeste Paulista e em todo o Estado de São Paulo na terça-feira (22). A ação teve o objetivo de cumprir mandados de prisão contra advogados suspeitos de envolvimento com uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios do Estado de São Paulo. Segundo o delegado Éverson Contelli, a mulher estava em um rancho, em Presidente Epitácio.
De acordo com Contelli, a advogada foi levada para a Delegacia da Polícia Civil, em Presidente Epitácio, para prestar depoimento e posterior encaminhamento à Penitenciária Feminina de Tupi Paulista.
A Polícia Civil informou que foi presa na tarde desta quarta-feira (23) uma advogada, de Pirapozinho, que estava foragida após a execução da Operação Ethos, realizada no Oeste Paulista e em todo o Estado de São Paulo na terça-feira (22). Segundo o delegado Éverson Contelli, a mulher estava em um rancho, em Presidente Epitácio.
Ainda segundo a polícia, os materiais apreendidos durante a operação já são analisados e periciados.
Avaré
Os advogados Jéssica Paixão Pereira, de 35 anos, Eduardo Luiz, de 43, Marcos Antonio Antunes Barbosa, 41, e Osvaldo Antonio de Oliveira, de 44 anos continuam presos.
Marcos Antunes Barbosa foi também denunciado por porte ilegal de arma de fogo. Ele foi candidato à presidência da Subseção da OAB de Avaré na última eleição, entretanto não foi eleito.
Relembre o caso
O inquérito policial sobre o caso foi instaurado em maio de 2015 para apurar crimes de organizações criminosas, lavagem de dinheiro, associação para fins de lavagem, exploração de prestígio e corrupção ativa.
As investigações começaram após informações reveladas através de uma carta que foi interceptada por agentes da Penitenciária “Maurício Henrique Guimarães Pereira”, a P2 de Presidente Venceslau, no dia 11 de maio de 2015, durante procedimento de varredura de rotina realizado no telhado sobre os raios 3 e 4 da unidade.
'Sintonia dos gravatas'
Conforme a Polícia Civil, os envolvidos nos crimes tinham uma célula denominada “sintonia dos gravatas” – modo como é tratado o departamento jurídico da facção criminosa – criada inicialmente para prestação de serviços exclusivamente jurídicos aos líderes da “sintonia final geral” ou “conselho deliberativo”, que são os chefes da organização ilícita. Esses advogados evoluíram da licitude para a ilicitude, porque se percebeu a capacidade de infiltração dessa célula, sempre blindada pelo sigilo constitucional do advogado.
Atualmente essa célula simulava visitas jurídicas aos líderes presos, fazendo elo de comunicação de atividades criminosas entre os presos e aqueles que estão em liberdade, em “verdadeiras relações de promiscuidade”, segundo a Polícia Civil.
OAB
A 29ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) afirmou que vai apurar a conduta dos advogados que foram presos na Operação Ethos, realizada nesta terça-feira (22), no Oeste Paulista. Conforme o presidente da OAB na região de Presidente Prudente, Rodrigo Lemos Arteiro, o Ministério Público Estadual e a Polícia Civil ainda não notificaram oficialmente a entidade sobre o caso, por enquanto.
O presidente da OAB também acompanhou os representantes da entidade e ressaltou que tudo ocorreu “dentro da legalidade”. “Todos os advogados presos estão vinculados à Ordem dos Advogados no Estado de São Paulo, não sei dizer se são todos da nossa região”, frisou.
“A Ordem precisa ser comunicada. Por enquanto, a Ordem não tem expediente materializado por escrito para fazer qualquer valoração sobre o caso e não há um prazo para que isso seja feito”.