
Por Assis Chateaubriand – Não gosto de falar do ex-prefeito, mesmo porque, acredito que ele depois de tantas condenações por infrações que oneraram o dinheiro meu e seu, não têm credibilidade mais para ser político, já que pelo que noto vivemos outros tempos, onde o povo quer políticos honestos, e não àqueles que compram ônibus superfaturados, conforme o próprio TJ/SP declarou.
Entretanto, com a devida máxima vênia, a Justiça conceder prisão domiciliar a um político corrupto que voltava a ser preso, é um ‘tapa na cara’ do cidadão, que teve seu dinheiro lesado por tal agente político.
Muitas pessoas se questionam se todos realmente são iguais perante a lei. Um dos princípios mais importantes do direito é o princípio da igualdade, que busca garantir a igualdade de todas as pessoas perante a lei.
Deste modo, me incluo no ‘Hall’ daqueles que foram lesados pelo ex-prefeito. Dinheiro do povo que foi parar vai saber onde. De fato, a Justiça tem sua competência para julgar conforme sua discricionariedade - interpretação - hermenêutica jurídica, contudo sabemos que existem pelas prisões afora, milhares de presos em estado terminal. Muitos com câncer, AIDS etc, que não tem tal prerrogativa, e, por fim, morrem na cadeia.
Por que questiono?
Por que tais presos, milhares, volto a dizer não conseguem um benefício de, ao menos, ter a dignidade de morrer ao lado da família? Isso é uma Justiça numa injustiça social.
Não é nada pessoal contra o ex-prefeito, mas sim uma pequena analogia de que para alguns o rigor da lei, para outros apenas a lei. Temos um ex-presidente preso, um ex-presidente que foi preso e deverá voltar a ser preso, e, o que noto foi à agilidade com que um preso conseguiu reverter um mandado de prisão em questão de poucas horas. A Justiça foi célere mesmo! A foto irretocável do Jornal A Voz do Vale mostra sua ida à delegacia, para cumprir prisão pelo crime que cometeu quando era prefeito.
Num final de semana que teve tal desfecho de prisão de ex-prefeito, que acompanhei por vários jornais, agora, só me resta amanhã sair e fazer minha caminhada e esquecer tudo isso, porque a cada dia me sinto traído pelo meu próprio sistema social.
Como escreveu George Orwell: “Todos são iguais, porém uns mais iguais que os outros”.
Com a devida máxima vênia, aqui me despeço.
Chatô é escritor