“Sem material corremos o risco de não poder atender os pacientes”, diz provedor

A Vigilância Sanitária de Botucatu, através de sua chefe, Lilian Rocha Michaloki determinou o confisco de máscaras de pano que estavam sendo usadas pela Santa Casa de Avaré.

Através de determinação do setor de Botucatu, a Vigilância sanitária de Avaré foi obrigada a confiscar os materiais.

O Jornal A Bigorna entrou em contato com o provedor Miguel Chibani, o qual confirmou o confisco. Segundo apurado preliminarmente, a denúncia partiu de um médico.

Chibani destacou que a Santa Casa tem condições financeiras para adquirir os equipamentos obrigatórios, no entanto, não há onde comprar máscaras sanitárias.

“Temos 30 cotações de máscara, mas infelizmente não tem para vender. Como não temos onde comprar, optamos por usar a máscara de tecido. Todos os médicos estão cientes de que não temos máscaras. Nem o estado está conseguindo comprar, e nem nós.

O atual provedor lamentou tal denúncia, e justificou que a medida foi adotada com urgência, devido a falta do equipamento de proteção. A Santa Casa impetrou ação para permitir uso, no entanto, a Justiça determinou que o estado de SP enviasse as máscaras.

Segundo Chibani, o estoque é muito reduzido, por isso as máscaras ainda disponiveis estão direcionadas para serem utilizadas nos setores mais críticos da Santa Casa, onde há o contato direto com um possível paciente infectado.

“Enquanto durar nosso estoque, estão sendo utilizadas na Ala destinada a recepcionar paciente exclusivamente com síndrome respiratória; na UTI para os procedimentos médicos; no Centro Cirúrgico por ocasião das cirurgias. Em setores, menos críticos, onde não há contato com os pacientes, nos setores de manutenção, serviço de nutrição, com a impossibilidade de fornecer as máscaras, somos impelidos a disponibilizar máscaras de tecidos, as quais são esterilizadas, embaladas individualmente, visando assim mitigar os possíveis riscos”- declarou Chibani  

Miguel Chibani destacou outro ponto: "Devido à falta de fornecedores, nossos servidores foram conscientizados sobre o uso racional dos EPI´s. Houve uma demanda mundial muito elevada o que motivou as dificuldades, praticamente impossibilitados de aquisição das máscaras por não encontrar fornecedores. Temos recursos disponíveis, determinação em adquirir essas máscaras, as quais jamais faltaram aos nossos profissionais, no entanto não estamos conseguindo e para comprovar, juntamos cópia de todos contatos com diversos fornecedores e não conseguimos efetivar nenhuma compra. Respeitamos as opiniões de todos os profissionais que atuam dentro da Santa Casa, sempre acatamos todas as normas e regulamentos que orientam o trabalho em saúde, e só utilizamos estas máscaras por ser uma situação atípica, uma situação que ninguém tinha previsão que estaríamos totalmente desabastecidos".

O provedor também destacou que há uma Comissão de Controle de Higiene e Infecção hospitalar que acompanha todos os acontecimentos dentro da Instituição, onde os procedimentos são totalmente transparentes.

“Agradeço todo apoio que a Santa Casa vem recebendo do Dr. Roslindo, secretário municipal de Saúde, que diariamente está presente na Santa Casa, onde ele demonstra a preocupação com essa falta de material que pode afetar todo nosso atendimento, prejudicando uma região de mais de 300 mil habitantes. Acredito que faltou um pouco de bom senso a quem denunciou. Se nós não temos material para trabalhar a Santa Casa corre o risco de não poder atender os pacientes”.

Nota Oficial da Santa Casa de Avaré

A Santa Casa aproveita para ressaltar que temos respeito e sabemos da importância que se deve aos profissionais de saúde que vêm se dedicando à atenção dos pacientes no combate ao novo coronavírus.

É fundamental que se proteja esses profissionais para o pleno desenvolvimento de suas atividades, uma vez que são extremamente expostos ao risco de contaminação.

Nossos funcionário estão em jornadas de trabalho intensas, e, para tanto, deve-se garantir o fornecimento dos equipamentos de proteção individual essenciais no manejo clínico da doença, mas declaramos a nossa impotência pela ausência de um desses equipamentos de proteção – a máscara – para que  tenham melhores condições de trabalho e segurança.