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    2175 Jornal A Bigorna 20/07/2020 23:40:00

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    De repente tudo parou...

    Os passos, os pés, as pernas e o primeiro tropeço.

    No peito um aperto daqueles de pranto pedindo amparo, sabe?

    Não compreendia, não percebia, porém, naquele dia, cai.

    Era o meu próprio poço particular me paralisando o corpo.

    Os pensamentos pairando, aprisionados tipos passarinhos sem poder voar.

    Mas por que? Por que eu? Por que não posso andar?

    A partir dali o pesadelo se apresentou, prazer, G.Barré.

    Hospitais, ortopedia, melancolia, neurologia depressão, solidão e um grito.

    Perdão!

    São as pedras e as pontes que cada pessoa passa.

    Aos poucos o tempo também passou para mim. A esperança de que a tempestade desapareceria e que novamente pisaria firme, gerava paz, paciência, que coincidentemente é a mesma palavra que gerou o termo paciente - posição do meu presente, hoje, patológico.

    Não aprendi com Shakespeare, aprendi com as páginas do desepero. Foi a fé perante ele quando estava perdida que me pois em pé. Ponto! A vida é uma poesia de primavera e o que permanece é só o perfume que deixamos no ar.

    Por  Ismael Tavernaro Filho

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