A sociedade se desfaz - Homo homini lupus

Por Assis Châteaubriant – As manifestações no estado do Espirito Santo e agora no Rio de Janeiro, mostram que nossa sociedade não tem qualquer esteio cultural para se manter em paz, sem a força da coerção. Digo isso pela simples maneira que assisti nos telejornais e li em diversos jornais a maneira podre e animalesca que se comportou a sociedade quando as polícias pararam.

Como diz a frase acima, certamente, se precisamos ter polícia 24 horas vigiando a sociedade, é, de fato, porque a sociedade é um covil de bandidos soltos.

O historiador Rauschning ouviu uma vez do próprio Adolf Hitler: “Eu vi o novo homem. É intrépido e cruel. Fiquei com medo diante dele. ”

A cidade de Vitória (ES) deverá entrar para os anais da selvageria, da desumanidade e, dá mostras claras do que muitos especialistas sobre sociedade, há tempos pregam: A sociedade está se autodestruindo.

O homem é o lobo do homem é uma frase tornada célebre pelo filósofo inglês Thomas Hobbes que significa que o homem é o maior inimigo do próprio homem.

Esta afirmação apresenta a transfiguração do homem como um animal selvagem, consiste em uma metáfora que indica que o homem é capaz de grandes atrocidades e barbaridades contra elementos da sua própria espécie.

A frase original é da autoria do dramaturgo romano Platus e faz parte de uma das suas peças. Em latim, esta frase é traduzida como homo homini lupus.

Thomas Hobbes argumenta que a paz civil e união social só podem ser alcançadas quando é estabelecido um contrato social com um poder centralizado, o qual tem autoridade absoluta para proteger a sociedade, criando paz e uma comunidade civilizada – trocando em miúdos: a sociedade não consegue se autodirigir-se. Ela terá que estar submetida as regras duras, caso contrário, se virará contra ela mesma.

O momento atual é sujo e inseguro, o momento é de insegurança, violência, homicídios incontáveis, uso desenfreado de drogas, com muitos homens pedindo sua liberação total, mensagens as mais pornográficas possíveis entrando nos lares, destruindo as famílias e colocando na mente do adolescente uma imagem de vida corrompida.

É incabível numa sociedade do século XXI que já passou por barbáries de todos os tipos, não termos evoluído em espírito social e humano. Tudo que assistimos em Vitória é a prova cabal de que o poder não emana em nada do povo, pois o povo, é uma sociedade barata, promíscua e demagoga.

Vivemos a cegueira moral, como já dizia Saramago, agora vivemos a selvageria moral, onde o ser-humano, não tendo “bridão e freio” ultrapassa os limites da selvageria e mostra sua verdadeira identidade social.

Enfim, segundo a teoria de Hobbes, se o homem já nasce mau, ele não sabe viver em sociedade e precisa de um estado autoritário, que dite as regras, as normas de convivência.

Essa tese vai fundamentar sua visão de estado absoluto. A visão é de que homem não tem pretensão de ser social. Ele é mau, o que causa insociabilidade.

Para se tornar social, é preciso subjugar o homem ao que ele de fato é (antissocial), um novo acordo entre homens, para que eles possam renunciar à coisa mais importante num estado de selvageria, que é a LIBERDADE.

As atrocidades provocadas pelo  homem é a prova mais contundente, de que jamais – ele, o homem dito social - terá uma liberdade integral!

Chatô é escritor.