• Artigo: “Lula é história”

    1690 Jornal A Bigorna 08/04/2018 02:32:00

    Por Assis Chateaubriand - Para o jornalista Fernando Canzian, o ex-presidente Lula saiu de cena em sua despedida histórica em São Bernardo acompanhado de pessoas de um país ultrapassado pelos fatos. Foi um círculo virtuoso, que levou ao aumento da arrecadação e à proliferação de programas sociais: 13 milhões de beneficiários no ‘Bolsa Família’, 3,5 milhões de moradias no Minha Casa, Minha Vida, 2,5 milhões de bolsas no ProUni e 15,5 milhões de novas eletrificações no Luz para Todos, entre outros.

    Completa o jornalista, que seu grande quinhão no atraso foi se imiscuir com o comportamento corrupto de partidos conservadores que dominam o presidencialismo de coalizão, como o MDB e o DEM (ex-PFL). Quem conhece as favelas e a pobreza brasileiras sabe do potencial que existe ali, de geladeiras e fogões para serem vendidos a pessoas que dariam tudo para ter mais oportunidades de subir na vida pelo próprio esforço, via trabalho. Lula entendeu isso, mas fracassou patrocinando os velhos esquemas, algo difícil de mudar. Os casos de corrupção estão ai: no MDB de Temer, no PSDB de São Paulo e Minas e na miríade de prefeituras do país.

    O ex-presidente errou, sim, ao deixar no primeiro mandato, José Dirceu comandar o País. Dirceu enterrou o PT, com pornopolíticas de baixo nível, embora seja ainda um dos maiores pensadores de política na atualidade. Como Lula, vociferou contra corruptos, no entanto, aliaram-se as porcarias que deixaram nosso pobre País nas mãos de empresários corruptos e corrompeu-se com eles.

    Lula não foi um mal-presidente, pelo contrário, uniu o que o governo de FHC nunca conseguiu fazer. Seu legado trágico foi ter colocado um ‘poste na presidência’ chamada de Dilma – uma tragédia. Mas o poder seduz e quando engoda, corrompe.

    A história vive de ciclos, e somente eles quem darão o ‘clarão’ final, que, não será hoje. A história dura ciclos espiralados como dizia Hegel, sempre para frente e contínuo. Somente a história poderá fazer o que nós escritores ou jornalistas não conseguimos fazer, que nada mais é do que remontar o tempo e o espaço em anos. O jornalista analisa o hoje, a história projeta  o passado e perspicazmente analisa o futuro. Ainda é cedo e não tarde demais.

    Lula é e continua sendo história. O hoje o condena. O amanhã a história pertence, muito embora, não acredito (sem ter certeza) que no futuro, sua trajetória seja um final feliz.

    Chatô é escritor.

     

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