
Para Gilles Lapouge: “Jornais são objetos passionais, despertam o desejo, a repulsa, a cólera, a vergonha, a admiração ou o amor.”
No compasso epistemológico ele conclui que o jornal se estabelece solidamente para o bem ou para o mal no coração das nossas cidades, dos nossos sonhos. Temos o direito de criticá-los, às vezes desprezá-los, mas não podemos negligenciá-los, negar a influência que exercem sobre nossas mentes, em nossos hábitos, na história dos homens, animais e coisas.
Sem os jornais, o mundo não seria o mesmo. Seria menos brilhante, menos legível e menos tolerante, menos respeitoso pela pessoa humana, menos brilhante e – pior - as sombras lentamente venceriam.
Arguto escritor e jornalista Gilles Lapouge me trouxe a mente a situação nossa de cada dia. Quando bato papo com meus amigos, sobre o que falamos? Religião, amor, casamento, ódio, fofoca? Mas sempre algum grupo fala da situação de sua cidade ou da política.
Os jornais despertam isso. A vontade de falar, de ser ouvido e se fazer ouvir. A imprensa é a voz daqueles que não tem voz. Muitos dizem que não gostam de política e que ela não serve para nada. Frase e opinião mal-cunhada, pois os que se arrogam a tal direito, não tem a dimensão de que a política influencia e rege a vida de todos nós. Desde o saco de carvão que compramos para um churrasco, até a vela de sétimo dia para levar ao cemitério.
A política é intrínseca a nossa sociedade, e, consequentemente, a nossa vida pessoal. Ele ditas as regras, e nós temos que obedecê-la. Quando deixamos que o ‘estado’ haja e faça tudo – dando-lhe o poder soberano de administrar, deixamos nossa liberdade e nos tornamos criaturas que são guiadas por quem está no poder.
Sim, se você acha que é livre, vai cair do cavalo. Sua vida – sim – a você pertence, bem como suas ações, mas sua vida social é regida por preços de comida, combustível, água, luz, e até seu salário com o qual sobrevive depende da política, ou seja, nós somos mais um na esfera de uma máquina que gira.
Somos apenas um ‘mero parafuso’ – pequeníssimo por sinal - numa estrutura gigante.
Hoje o que noto em minha pacata urbe avareense, já são alguns pontos da futura eleição para prefeito e vereadores. Nas redes sociais existem os que acham que tudo está bom, enquanto outros tecem críticas ao atual governo.
O atual prefeito terá seu mandato encerrado neste ano e concorrerá a reeleição. Outros nomes já aparecem pelo que tenho lendo nos jornais da cidade – são as opções de mudança.
Ao votar você escolhe o futuro que quer para sua cidade. Jô Silvestre teve sua chance. Fez grandes promessas, como de valorizar os funcionários públicos – para os quais virou às costas literalmente, resolver o problema das enchentes (tudo está no seu plano de governo) com direito a um vídeo em que ele fala do “pobremas da cidade”(...sic...), além até mesmo de despoluir o ar.
Sem despautérios Avaré precisa emergir e sair desse fosso. Festas alegram, mas não trazem desenvolvimento. Precisamos de algo maior, muito maior do que apenas pintar postes e viver na redoma do ‘pão e circo’.
A maioria de seus secretários são enfadonhos (nem todos). Silvestre nunca deu uma coletiva de imprensa aberta para dar satisfações de sua administração. Vive ‘encastelado’, no qual parece viver no mundo de Alice – Uma Maravilha.
Se continuarmos nesta toada, só nos restará orarmos.
Avaré precisa sair do marasmo!
Chatô é escritor