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    Brasil teve média de 1 estupro a cada 10 minutos em 2021, diz ONG

    912 Jornal A Bigorna 08/03/2022 17:20:00

    Uma mulher foi estuprada, em média, a cada dez minutos no Brasil em 2021, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Foram 56,1 mil casos, incluindo estupros de vulnerável, com pessoas do gênero feminino como vítimas.

    Os dados, divulgados nesta segunda-feira (7) pela entidade, foram coletados por meio de um levantamento feito com as polícias civis de todas as unidades da Federação, ou seja, leva em conta apenas os casos que chegaram ao conhecimento das autoridades.

    O ano de 2021 representa o início do aumento dos casos de estupro no país depois de uma diminuição ocorrida com o isolamento provocado pela pandemia de Covid-19.

    Campanha criada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) em conjunto com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2020, estimulou que mulheres vítimas de violência pedissem ajuda por meio de x vermelho desenhando na mão - Divulgação

    Entre 2019 e 2020, houve queda de 12,1% nos registros de estupros de mulheres no Brasil, enquanto entre 2020 e 2021 ocorreu aumento de 3,7%.

    O número total de vítimas do gênero feminino foi de 61,5 mil em 2019 para 54,1 mil em 2020. No ano passado, houve 56,1 mil.

    O maior número de registros verificado depois do final das medidas mais restritivas de isolamento pode estar relacionado a uma possível subnotificação de casos durante a quarentena, de acordo com Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

    A análise dos dados feita pelos pesquisadores indica forte queda na quantidade de registros em abril de 2020, mês em que houve intensificação do isolamento social. De maio em diante, ocorre uma retomada nos casos registrados, tendência que se mantém no ano seguinte.

    Bueno explica que a maioria dos casos de estupro e estupro de vulnerável acontece dentro de casa, sobretudo envolvendo adolescentes e crianças, que, isolados, não contam com redes de confiança como as escolas para denunciar as agressões.

    A diretora-executiva pondera que pode haver um aumento em decorrência da flexibilização das medidas de isolamento em 2021 quando se fala de mulheres adultas, mas associa o aumento no número de casos principalmente à maior possibilidade de notificação.

    Há ainda mulheres que optam por não denunciar, conta Bueno, devido à relação que nutrem com o agressor, o constrangimento por ter sido vítima, o medo de retaliação, ou mesmo a falta de confiança nos sistemas de Justiça.

    "A gente vive em uma sociedade em que todo o crime tem subnotificação", diz a coordenadora. "Mas, quando a gente está falando de violência sexual, eu diria que é o crime que no mundo inteiro ostenta as maiores taxas de subnotificação."

    A taxa média de estupros, incluindo de vulnerável, foi de 51,8 para cada 100 mil habitantes do sexo feminino.(Da Folha de SP)

     

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