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    Carros automáticos: o que você deve saber para não entrar em uma roubada

    591 Jornal A Bigorna 05/03/2024 06:10:00

    Com a abertura do mercado para carros importados nos anos 1990, aos poucos os câmbios automáticos foram se popularizando. O brasileiro tinha preconceito com esse tipo de transmissão, que prejudicava a performance e aumentava o consumo.

    Mas modelos consagrados, como Honda Civic e Toyota Corolla, ajudaram a melhorar a imagem desse tipo de câmbio no mercado, graças a projetos modernos e eficientes. Demorou bons anos, mas hoje está claro que o automático é preferência nacional, e sonho de quem ainda tem carro manual.

    Diante disso, o segmento de usados tem recebido cada vez mais veículos com câmbio automático. Se antes os motoristas tinham medo de comprá-los devido a um possível custo de manutenção elevado, a grande variedade de modelos e a boa reputação de robustez que eles têm alcançado atualmente fazem com que a demanda só aumente.

    Cuidados ao comprar carro automático

    Quando você estiver diante de um carro usado com câmbio automático, vale a pena seguir alguns passos para poder fazer um bom negócio.

    A primeira coisa é saber se o carro já passou por algum tipo de manutenção. Se tiver baixa quilometragem, é bem provável que nada tenha sido feito. Mas se for, for um pouco mais rodado, é preciso saber se foi feito a troca do fluido da transmissão.

    Na dúvida sobre qual é o intervalo de troca indicado para o carro que está sendo avaliado, consulte o manual do proprietário, que recomenda a manutenção por tempo ou quilometragem

    O próximo passo é puxar a vareta de medição desse fluido, que é semelhante à de medição do óleo do motor. Ali é possível observar o nível e a coloração do fluido, que não pode estar escuro, com sinais de mistura com o líquido de arrefecimento ou de limalhas.

    Ao ligar o carro, verifique se aparece alguma anomalia no painel que recomende manutenção no câmbio. Se isso acontecer, melhor descartar o veículo.

    No teste de rodagem, observe as trocas de marchas, que devem ser feitas de maneira suave e quase imperceptível. Apenas o som do motor e o ponteiro do conta-giros podem acusar que a troca está sendo feita.

    Caso tenha algum tranco, verifique com um mecânico se não é um simples coxim de sustentação do câmbio que pode estar transmitindo essa sensação. Caso não seja isso, é porque tem algo de errado na parte interna e a compra deverá ser descartada. Se o câmbio for do tipo CVT, observe se existe algum zunido anormal nas acelerações.

    Tipos de câmbios automáticos

    O mais tradicional é o automático com marchas e conversor de torque. Esse tipo de câmbio já está consagrado no mercado e são extremamente confiáveis. Quando há questões de problemas crônicos, são facilmente identificados em pesquisas na internet.

    Um segundo tipo é o CVT, que equipa vários modelos. A vantagem em relação ao automático tradicional é que não existem marchas, mas sim uma relação mínima e máxima que varia de forma contínua. Nesse caso, a suavidade é ainda mais perceptível.

    Outra vantagem é que, nas acelerações mais fortes, a rotação do motor se mantém na faixa da potência máxima, sem trocas que fariam a rotação e a potência caírem. Porém, quem não está acostumado com esse tipo de câmbio não gosta dessa característica, estranhando o 'grito' contínuo do motor, forçando os fabricantes a adotarem marchas virtuais que melhoram essa sensação.

    Há ainda um terceiro tipo, que na verdade nem é automático de fato. São os câmbios de embreagem robotizada, ou automatizados, com uma ou duas embreagens. Como nos automáticos, não há pedal de embreagem e as trocas são feitas sem a interferência do motorista.

    A diferença é que a caixa de câmbio é igual a de um carro com transmissão manual, mas com componentes eletrohidráulicos que fazem as trocas.

    As desvantagens dos mono-embreagem são que as trocas são bem mais perceptíveis e, muitas vezes, acompanhadas de trancos. Nos de dupla embreagem, esse tranco não existe, inclusive é possível que elas sejam feitas de maneira muito rápida, portanto é a favorita dos carros de luxo ou esportivos. A vantagens dos automatizados é que, por não ter conversor de torque, o carro se torna mais eficiente.

    Dicas para usar o câmbio automático

    Muitos motoristas jamais guiaram um carro com câmbio automático e acham que aquelas letras são coisas de outro mundo. Mas é tudo muito simples: "P" é usada com o carro estacionado; "R" é a marcha ré; "N" é o ponto morto; e "D" é a posição para dirigir.

    Essas quatro opções são padronizadas e as mais importantes para entender. As outras variam bastante em cada modelo, mas basicamente são utilizadas para freio motor ou opção de trocas manuais. Na dúvida, vale a pena consultar o manual do carro para entender o funcionamento do seu câmbio.

    A primeira dica é, quando estiver manobrando o carro, nunca passar de "R" para "D" ou de "D" para "R" com ele em movimento. Diferentemente dos câmbios manuais, o automático não tolera isso, portanto sempre que for mudar o sentido do carro, pise no freio e pare ele totalmente, antes de mudar a posição do câmbio.

    A segunda dica é para quando for estacionar o carro em ladeira. Nesse caso, recomendo que coloque em "N", acione o freio de estacionamento, tire o pé do freio, e só depois coloque em "P". Parece complicado, mas é muito simples de entender.

    Se colocar direto em "P" e só depois tirar o pé do freio, o peso do carro forçará o câmbio que já estará travado. Quando for sair com ele novamente, o tranco para sair do "P" será inevitável. Essa operação é importante para a saúde do câmbio ao longo do tempo.

    A terceira dica é que não compensa usar o ponto morto com o carro parado. Percebo que muitos motoristas tem esse vício em ficar mudando a alavanca de "N" para "D" em um trânsito de anda e para. Apesar de não prejudicar em nada o câmbio, é uma ação completamente desnecessária e que tira um dos benefícios desse tipo de câmbio, que é o conforto em não ter que ficar mudando as marchas.

    Pode deixar direto em "D", pois o câmbio foi feito para isso e não vai ter problemas de uso contínuo nessa posição. Quem defende que o consumo de combustível é menor em "N" está coberto de razão, mas essa vantagem é tão irrisória que nem vale a pena.

    A quarta dica é nunca colocar em "N" com o carro em movimento. É perigoso, pois a rotação cairá para a marcha lenta e o câmbio vai sofrer um tranco quando precisar colocar novamente em "D".

    A quinta dica é sobre o freio motor, que deve ser utilizado de forma correta. Vale dizer que carros com câmbio automático têm pouco freio motor, na prática: em descidas o equipamento vai passar para as marchas mais altas e o carro fica solto, ganhando velocidade.

    Para não ter que ficar direto com o pé no freio, desgastando de forma prematura as pastilhas, coloque nas posições em que o câmbio segura em marchas menores. Como já disse anteriormente, consulte o manual do carro para entender o funcionamento do freio motor do seu câmbio, já que não existe um padrão para isso.

    A sexta dica é seguir rigorosamente o cronograma de manutenção do câmbio, que geralmente exige uma simples troca do fluido em grandes intervalos, ou seja, o custo é baixo diante dos benefícios do conforto que esse tipo de câmbio proporciona.(Fonte:Caçador de carros)

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