
Segundo levantamento feito pela BBC Brasil, o impacto da pandemia entre pequenas empresas poderá ter amplas consequências para a economia nacional. Segundo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), micro e pequenas empresas respondem por 52% dos empregos com carteira assinada no setor privado no Brasil.
São consideradas pequenas, no setor de serviços e comércio, firmas com até 49 funcionários.
Um escritório de contabilidade no centro de São Paulo disse à BBC News Brasil que, desde a última terça-feira, foi procurado por 30 empresas que buscavam serviços para demitir funcionários, reduzir honorários ou adiantar férias.
Segundo o escritório, os pedidos de cortes drásticos dos últimos dias equivalem à demanda que eles costumam atender ao longo de um ano inteiro.
Ajuda do governo
Porém, muitos pequenos empresários afirmam que têm margem limitada de ação, e que a sobrevivência de muitos negócios dependerá da ajuda do governo.
Em entrevista à BBC News Brasil, o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun, afirmou que deve levar diversas propostas aos governos federal, estadual e aos próprios lojistas para que não ocorram demissões durante a crise.
"Vamos solicitar recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador —ligado ao Ministério do Trabalho Emprego. O melhor momento para usar esse fundo é hoje. Tem toda a legitimidade agora para mexer nessa verba para bancar o salário desses funcionários parados. Se a gente não tiver ajuda para mantê-los, não vai ter saída a não ser demitir", afirmou Sahyoun.
Ele diz que nos próximos dias fará uma reunião com lojistas para discutir medidas para que os próprios shoppings ajudem a reduzir custos.
Uma delas é congelar o fundo de promoções e reduzir o condomínio pago pelos comerciantes.
"Teremos uma redução dos custos com energia, funcionários e promoções, como na Páscoa. Neste ano, a data não será da família porque não poderemos colocar avós e netos juntos e isso vai causar uma queda drástica nas vendas. Agora, temos que nos concentrar para voltarmos fortes depois da crise para minimizar os impactos", afirmou Sahyoun.(Fonte:BBC-Brasil)