
O coronel Aleksander Lacerda, que liderava uma convocatória para as manifestações bolsonaristas do dia 7 de setembro foi afastado nesta segunda-feira 23 pelo governador João Doria (PSDB)
Aleksander trabalhou enquanto tenente na cidade de Avaré. em meio as suas publicações antidemocracia ele escreveu uma publicação que prega em tese um golpe: “Liberdade não se ganha, se toma. Dia 7/9 eu vou”, “Precisamos de um tanque, não de um carrinho de sorvete” e “caldo vai esquentar” foram algumas das mensagens publicadas pelo coronel nas suas redes sociais. Todas as mensagens eram públicas até a Secretaria de Segurança de São Paulo ter sido questionada sobre o tema.
Lacerda era chefe do Comando de Policiamento do Interior-7 (CPI-7) e coordenava sete batalhões (um deles Avaré) da PM com uma tropa com cerca de 5 mil homens. Nas redes sociais, além das convocações para os atos do dia 7 de setembro, o policial publicou outras 397 publicações de caráter político e partidário entre os dias 1 e 22 de agosto, segundo a reportagem.
Em 148 delas, o PM se coloca contra o Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral. Nas postagens, o coronel diz ter ‘nojo do STF’ e retrata o ministro Alexandre de Moraes como Adolf Hitler. Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Edson Fachin também foram alvos das ofensas de Lacerda.
Nas redes, o policial se diz ainda ‘100% com Sérgio Reis’ após a repercussão de áudios do cantor afirmando que iria ‘parar o Brasil’ no dia 7 de setembro e ameaçando os ministros da Suprema Corte. Reis se tornou alvo de inquérito na Polícia Civil e alega que as declarações não passavam de uma ‘brincadeira infeliz’.
Nas manifestações publicadas em seu perfil, o comandante da PM também atacou figuras políticas como o governador de SP, João Doria (PSDB), e seu atual secretário Rodrigo Maia, além do presidente do Senado Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e do ex-presidente Lula (PT). Integrantes da cúpula da CPI da Covid no Senado, como Omar Aziz (PSD-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também foram alvos de ofensas nas postagens do PM.
A maior parte das ofensas e mensagens de Lacerda foram feitas a partir de compartilhamentos de publicações de blogueiros e parlamentares bolsonaristas, como Carlos Jordy (PSL-RJ) e Filipe Barros (PSL-PR).
Em nota, a PM disse ser “uma instituição de Estado legalista, que tem o dever e a missão de defender a Constituição e os valores democráticos do País” e informou que analisava as postagens de Lacerda. A decisão de afastar o coronel da PM foi foi divulgada horas depois.