Ainda na edição de ontem, esse prestigioso jornal publicou a matéria intitulada "Porque Bolsonaro defende mais armas para todos", que critica o aumento no número de registro de armas de fogo e, jocosamente relembra que o então Deputado Federal foi assaltado no Rio de Janeiro e não reagiu, porque fora pego de surpresa.
Meu objetivo com esse artigo não é fazer uma defesa de Bolsonaro e muito menos de seu Governo, mas sim trazer um pouco de luz aos acontecimentos.
A verdade é que o registro de armas de fogo no Brasil vem numa crescente desde 2009, quando apenas 898 foram feitos, contra os 2.945 do ano passado.
Isso comprova cabalmente que não se trata de um crescimento em razão das atitudes do Governo atual, que diga-se de passagem, mais atrapalhou a vida do cidadão de bem que planeja ser mais responsável por sua vida, do que ajudou.
Quando a matéria aponta que Bolsonaro não reagiu ao assalto porque foi pego de surpresa, desconsidera que os fundamentos do treinamento de tiro desaconselham a reação tardia, e muito menos que se coloque a vida de terceiros em risco num tiroteio.
Portanto, sem sabermos exatamente quais foram as circunstâncias do ocorrido, é imoral e irracional tecermos qualquer tipo de comentário sobre o assunto.
Por muitos anos, notadamente na era do Partido dos Trabalhadores no Poder, onde o objetivo primordial sempre foi conduzir o Brasil para um regime autoritário de Governo, os pseudo-intelectuais diziam - a mando do Palácio do Planalto - que armas matam pessoas, o que constitui verdadeiro absurdo lógico, afinal, somente pessoas matam pessoas. E somente um cidadão de bem, treinado e armado é capaz de impedir os objetivos malignos de um marginal armado.
Vamos aos fatos. Citarei apenas dezenove Nações soberanas e democráticas, onde a população tem acesso às armas de fogo, mas as conclusões a que certamente chegaremos são válidas para todos eles: África do Sul, Argentina, Brasil, Canadá, Chile, México, Estados Unidos, Israel, Islândia, Finlândia, Noruega, Alemanha, Áustria, Espanha, França, Irlanda, Itália, Austrália e Nova Zelândia.
Ok. Se você ainda não se convenceu, vamos lá: Um estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, afirma que o porte de arma reduz a criminalidade.
O estudo, que foi publicado no Volume 30, Número 2 do Harvard Journal of Law & Public Policy, e que é de autoria dos professores Don Kates e Gary Mauser, concluiu que “nações com rigorosas leis anti-armas geralmente têm taxas de homicídio substancialmente mais altas do que as que não têm”.
Vamos pontuar: A Noruega tem a maior taxa de posse de armas de fogo da Europa Ocidental, mas a menor taxa de homicídios. Já a taxa de homicídios da Holanda é uma das maiores, apesar de ter a menor taxa de posse de armas de fogo da mesma região.
Talvez isso não sirva para te convencer, porque você está pensando nos Estados Unidos, onde vários massacres aconteceram nas últimas décadas.
Massacres e atentados terroristas realmente são uma realidade, mas o que a mídia esquerdista não divulga, é que os maiores massacres ocorridos nos Estados Unidos se deram em Estados onde a legislação é mais rigorosa contra o porte de armas. Aliás, por lá, as armas se disseminaram nos últimos vinte anos, enquanto as taxas de homicídios caíram quase 40%.
Os americanos estão no topo de qualquer lista de países com mais armas, mas ocupam apenas o 28º lugar na estatística de mortes por tiros.
E é sempre bom lembrar que os Estados Unidos são o terceiro País mais populoso do mundo.
Outro dado omitido de praticamente todas as matérias que tratam do tema é que nos EUA, anualmente, mais de 200 mil mulheres usam suas armas de fogo para se defenderem de um estupro.
Também não é dito que no Reino Unido, que restringe a compra de armas por civis, há 125% mais registros de crimes sexuais do que nos EUA.
Mas chega de falar de outros Países. E no Brasil? O Estatuto do Desarmamento foi aprovado há quase duas décadas, mas só vimos a quantidade de assassinatos crescer desde então. São quase 60 mil pessoas mortas anualmente por meio de armas de fogo ilegais.
Diante de tudo isso, não há outra conclusão possível, senão a de que o desarmamento só interessa aos bandidos e propensos ditadores, pois somente o povo desarmado é que não vai insurgir-se contra as injustiças por esses praticadas.
O que vimos, desde que o Estatuto do Desarmamento entrou em vigor, é que os criminosos continuaram armados, pois tem conexões com grupos terroristas, guerrilheiros e mafiosos de toda parte, em especial do Paraguai. Esse tipo de gente consegue facilmente burlar a vigilância nas vastas fronteiras do Brasil e trazer armas para continuar atacando os cidadãos de bem.
Sou absolutamente favorável à uma Polícia forte e presente, pois o serviço prestado por ela é inimaginável. Mas vamos ser realistas: Se um criminoso - por exemplo - estiver pulando o seu muro, quais são as chances de você conseguir socorro rapidamente? Pouquíssimas. Sobretudo em nosso Estado de São Paulo, onde as ligações recebidas pela Polícia Militar são atendidas em pólos regionais.
Em Avaré e região mais especificamente, se discarmos 190, seremos atendidos por uma Central sediada em Sorocaba.
Quando te atenderem, eles pedirão o seu nome completo e endereço com CEP. Se possível, você deverá fornecer também um ponto de referência.
Após realizarem esse cadastro, pedirão para você explicar o que está acontecendo, para só então passarem tudo para o posto avançado mais próximo, que será o responsável por acionar a viatura via rádio, repassando tudo o que você disse.
Nesse meio tempo, enquanto esse verdadeiro "telefone sem fio" acontece, o marginal que estava pulando o muro da sua casa já te roubou, te agrediu, estuprou sua esposa e fugiu.
É óbvio que ter uma arma em casa, desde que você faça cursos de tiro e treinamentos regulares, aumenta exponencialmente as suas chances, não é mesmo?
Se você não quiser ter uma arma, tudo bem. Vivemos em uma Democracia e esse é um direito que você tem.
Mas nunca tente impedir que um cidadão de bem possa portar uma arma para ser mais responsável por si e pelos seus.
Impedir uma pessoa de se defender é atitude típica de Nações ditatoriais, que tão logo consigam tal intento, darão um jeito de tolher ainda mais as suas liberdades. E é justamente por isso que as armas são um privilégio dos povos livres.
*Por José Renato Fusco - É Advogado e Jornalista. Escreve para o Jornal A Bigorna sempre às segundas.