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    Encher o tanque com gasolina ficou até R$ 95 mais caro de janeiro a outubro

    1108 Jornal A Bigorna 04/11/2021 12:10:00

    Abastecer carro ficou até R$ 94,55 mais caro entre janeiro e outubro deste ano. Este é o caso de uma pessoa que vai encher o tanque com 55 litros de gasolina comum, cujo custo total foi de R$ 254,21 para R$ 348,76 (37,2%) no período --considerando apenas o litro, o preço passou de R$ 4,622 para R$ 6,341.

    Ainda que o combustível derivado do petróleo seja nominalmente mais caro, o etanol teve o maior aumento percentual neste ano, 51,6%. Para abastecer o mesmo veículo do exemplo anterior, o desembolso é de R$ 268,57 neste mês, R$ 91,41 mais do que os R$ 177,16 cobrados em janeiro.

    Entre os profissionais que usam diesel, como os caminhoneiros, o custo com diesel S-10 ficou 34,9% maior desde o início do ano. Isso porque, considerando um tanque de caminhão com 275 litros, o custo saltou de R$ 1.038,95, em janeiro, para R$ 1.401,40, em outubro, diferença de R$ 362,45.

    A má notícia é que o consumidor pode gastar ainda mais para abastecer nas próximas semanas. Isso porque a Petrobras anunciou, na segunda-feira (25), novos reajustes dos preços nas refinarias. A gasolina ficou 7% mais cara e o diesel subiu 9,1%.

    Inflação do motorista

    O valor gasto nos postos de gasolina está pesando tanto no bolso que a inflação do motorista, medida pelo Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV, é quase o dobro da inflação do país.

    Considerando o preço de carros, manutenção, pedágios e impostos, os condutores gastaram 18,46% mais em outubro em comparação aos 12 meses anteriores. Enquanto isso, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) foi de 9,57% no período.

    Matheus Peçanha, pesquisador o Ibre/FGV, explica que o preço doméstico da gasolina segue as variações do dólar e do petróleo no mercado internacional. O barril de petróleo tem subido consecutivamente de preço por causa da política da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que restringe na produção, enquanto o real sofreu desvalorização frente ao dólar desde o início da pandemia.

    O etanol, por sua vez, segue o cenário da produção da cana-de-açúcar, que foi prejudicada por questões climáticas, como a estiagem e as geadas, aponta o pesquisador. Tanto que expectativa de quebra na safra 2021/2022 é de 12%, segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

    A alta dos combustíveis afeta, principalmente, os motoristas de aplicativo. Na capital paulista, passageiros têm enfrentado dificuldades para conseguir chamar um carro. Além da longa espera, eles relatam alto índice de cancelamento das viagens.

    Em setembro, durante uma campanha de conscientização que comercializou gasolina a R$ 0,40, motoristas relataram à reportagem que há casos de trabalhadores deixando de tomar café da manhã para conseguir arcar com os custos do combustível.(Da Folha de SP)

     

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