• Ex-ministro de Temer assume liderança do governo Bolsonaro na Câmara

    1269 Jornal A Bigorna 12/08/2020 23:00:00

    O deputado federal Major Vitor Hugo (PSL-GO) vai deixar a liderança do governo Jair Bolsonaro na Câmara. Ele será substituído pelo ex-ministro da Saúde, no governo Michel Temer, o deputado federal Ricardo Barros (Progressistas-PR), que integra o Centrão, grupo de partidos do qual o Palácio do Planalto se aproximou nos últimos meses.

    O líder afirmou que foi comunicado pelo presidente na semana passada. A troca será oficializada na próxima terça-feira, 18. Nesta quarta-feira, 12, Barros já participa de uma reunião com Bolsonaro, ministros e líderes no Palácio da Alvorada.

     “Desde a semana passada, o presidente vinha sinalizando para mim que gostaria de fazer uma mudança na liderança. Ele fez uma nova avaliação de cenário em função dos novos desafios que vão ser colocados agora, como as reformas que terão que ser aprovadas, e ele decidiu  fazer a mudança”, disse Vitor Hugo.

    O cargo de líder do governo na Câmara é importante por ser a ponte entre o Palácio do Planalto e os parlamentares. É o líder, por exemplo, quem orienta a base aliada durante as votações, dizendo se o governo apoia ou rejeita os projetos em discussão.

    Apesar da pressão para que trocasse o líder principalmente após se aproximar do Centrão, Bolsonaro resistiu em fazer a mudança e diversas vezes negou que cogitasse fazer a alteração, como ocorreu em transmissão ao vivo na internet no dia 24 de julho.  A aliados, o presidente dizia que só tiraria Vitor Hugo se o colocasse em outra posição de destaque.

    Aproximação com o Centrão

    Sob pressão de aliados e após sofrer sucessivas derrotas políticas, Bolsonaro passou nos últimos meses a distribuir cargos aos partidos do Centrão, em troca de votos no Congresso, ressuscitando a velha prática do “toma lá, dá cá”. No casamento de papel passado, Progressistas já indicou nomes para cargos no Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas) e no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

    A estratégia, no entanto, sofreu um revés no fim do mês passado após DEM e MDB anunciarem a saída do bloco. O motivo é justamente a aproximação dos líderes dos demais partidos com o Palácio do Planalto e o possível apoio de Bolsonaro a Arthur Lira (Progressistas-AL) na disputa pelo comando da Câmara. As duas siglas dissidentes devem apoiar um candidato indicado pelo atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A eleição está marcada para fevereiro.

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