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    Governo Lula apoia empréstimo de banco para Argentina

    390 Jornal A Bigorna 18/12/2023 07:40:00

    O governo Lula (PT) apoiou o empréstimo de US$ 960 milhões (R$ 4,74 bilhões) do CAF, banco de desenvolvimento da América Latina e Caribe, para a Argentina, em um aceno de pragmatismo ao presidente ultraliberal Javier Milei.

    Diante da crise econômica enfrentada pelos argentinos, o empréstimo-ponte foi aprovado pela diretoria do CAF nesta sexta-feira (15) por unanimidade entre os votos possíveis.

    O Brasil possui um voto, enquanto outros cinco países (Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela) possuem dois votos.

    Segundo fontes a par das discussões, a saúde econômica da Argentina é considerada como imprescindível para o Brasil por causa das estreitas relações comerciais entre os dois países.

    De janeiro a outubro deste ano, o superávit comercial do Brasil com o país vizinho chegou a US$ 4,75 bilhões. No período, as vendas para os argentinos cresceram 12,5% e atingiram US$ 14,9 bilhões, enquanto as importações caíram 7,1% e chegaram a US$ 10,15 bilhões.

    Além do interesse de que a Argentina não sucumba à crise econômica, o gesto também sinaliza uma tentativa do Brasil de demonstrar pragmatismo nas relações com o novo presidente, que tomou posse no último domingo (10).

    Até então, havia um clima de desconfiança do lado brasileiro. Isso porque durante a campanha eleitoral Milei disse que não negociaria com o presidente Lula e chamou o mandatário brasileiro de "corrupto" e "comunista".

    Desde que foi eleito, o ultraliberal mudou de postura. O principal passo de conciliação foi a decisão de Milei de enviar a então futura chanceler argentina, Diana Mondino, a Brasília. Na ocasião, Mondino entregou um convite para que o chefe do Executivo brasileiro comparecesse à posse em Buenos Aires.

    Mesmo com o gesto, Lula decidiu que o representante brasileiro seria o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

    O financiamento obtido via CAF será usado pelos argentinos para pagar parte da dívida com o FMI (Fundo Monetário Internacional) —um montante de US$ 912 milhões (em torno de R$ 4,5 bilhões) precisa ser quitado até a próxima quinta-feira (21).

    O crédito evitará que a Argentina entre em uma situação de inadimplência com o FMI, abrindo caminho para eventual renegociação. O acordo foi firmado durante o governo de Mauricio Macri e renegociado várias vezes pelo ex-presidente Alberto Fernández, totalizando hoje US$ 44 bilhões (cerca de R$ 220 bilhões).

    A nova equipe econômica argentina, liderada pelo ministro Luis Caputo, ganhou tempo para tentar chegar a novos termos com o FMI.

    Na reunião que selou o empréstimo do CAF, de acordo com relatos, o representante argentino comentou com os outros participantes que os membros do novo governo estão tendo agora a dimensão do "tamanho do estrago" que terão de enfrentar para reestruturar a economia do país.(Da Folha de SP)

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