
A Câmara de Comércio dos Estados Unidos e a Câmara Americana de Comércio no Brasil (AmCham) apelaram nesta semana por negociação para evitar as tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros, alegando que isso prejudicaria 6.500 pequenas empresas dos EUA que dependem desses itens.
A aplicação da sobretaxa, dizem as entidades, imporia danos reais à cadeia de suprimentos.
"Mais de 6.500 pequenas empresas nos EUA dependem de produtos importados do Brasil, enquanto 3.900 empresas americanas investem no país. O Brasil é um dos 10 principais mercados para exportações dos EUA e o destino de quase US$ 60 bilhões em bens e serviços americanos todos os anos", afirmam as associações em nota conjunta.
O pedido tanto do Câmara do comércio como da Amcham é para que as autoridades dos EUA e do Brasil se engajem em "negociações de alto nível".
"Impor tais medidas em resposta a tensões políticas mais amplas corre o risco de infligir danos reais a uma das relações econômicas mais importantes da América e estabelece um precedente preocupante", afirmam em nota conjunta", segue a nota.
As entidades dizem que estão prontas para apoiar os esforços de negociação para garantir um "comércio contínuo e mutuamente benéfico".
A Câmara do Comércio é a maior organização empresarial do mundo e representa desde pequenas a grandes empresas.
A condução da negociação do Brasil está sendo liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Nesta terça-feira, ele afirmou que a prioridade do governo Lula (PT) é reverter a sobretaxa , antes que ela comece a valer, em 1º de agosto, mas disse que pode pedir a prorrogação deste prazo, se for necessário.
O adiamento foi proposto pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). A entidade e outras do setor produtivo se reuniram com Alckmin e outros ministros nesta terça-feira (15) para tratar do assunto.(Da Folha de SP)