
Em sessão extraordinária realizada na noite de segunda-feira, 01, logo após a sessão normal, a Câmara aprovou por unanimidade o Projeto de Decreto Legislativo 07/2025 que dispõe sobre a outorga da Medalha de Mérito Legislativo “Maneco Dionísio”. A honraria será entregue em sessão solene para 13 personalidades conforme indicação feita pelos vereadores.
A Medalha de Mérito Legislativo “Maneco Dionísio” criada pelo Decreto Legislativo nº 144/2003, deve ser anualmente concedida a personalidades devotadas às causas de Avaré, as quais militam de forma abnegada nas áreas da cultura, do ensino, da política, do esporte e da filantropia.
“Apreciadas as indicações de cada um dos senhores vereadores, foi formulado o projeto de Decreto Legislativo que torna legítima a concessão dessa importante honraria a cidadãos e cidadãs, os quais, a exemplo do grande cidadão Manoel Marcelino de Souza Franco, o inesquecível Maneco Dionísio, muitos já fizeram, cada qual em sua área de atuação, em favor do povo avareense”, diz a justificativa do projeto.
Nesta que será a 12ª edição da Medalha Maneco Dionísio, serão homenageados: Dra. Adelina Maria do Prado Ferreira (indicação do vereador Pedro Fusco); Ana Leide Garcia Campos Silveira (indicação do presidente Samuel Paes); Donizete José Mendes (Moacir Lima); Edison Arantes dos Santos (Ana Paula Tiburcio de Godoy); Pastor Edson Fraulini (Hidalgo André de Freitas); Elaine Gabriela Ribeiro Kato (Magno Greguer); José Augusto Azevedo Barbosa (Jairo Alvez de Azevedo); José Vasconcelos de Araújo Silva (Leonardo Pires Ripoli) Dr. Lourenço Gomes Henriques (Adalgisa Ward); Dr. Marcelo José Ortega (Luiz Cláudio da Costa); Marcelo Sabuguinho de Castro (Everton Eduardo Machado); Paulo Ribeiro Alexandre (Francisco Barreto de Monte Neto); Dra. Tatiana Carreira Capecci (Maria Isabel Dadário).
A Sessão Solene, que deve ocorrer dentro da programação do aniversário de Avaré, no mês de setembro, está marcada para o dia 11, quinta-feira, a partir das 19 horas, evento aberto à participação do público em geral.
Quem foi Maneco Dionísio
Manoel Marcelino de Souza Franco, o Maneco Dionísio, foi pioneiro em Avaré como educador, jornalista, pesquisador, memorialista e artífice da instalação do Município e da Câmara de Vereadores.
Acompanhado da família, uma das pioneiras do Rio Novo, Maneco chegou a Avaré no dia 30 de novembro de 1864. Seu pai, Dionísio José Franco é contado entre os mineiros que aceitaram o convite para acompanhar a comitiva do major Vitoriano de Souza Rocha.
Com a mulher Gertrudes e os filhos José Dionísio (Juca), João e Sebastião instalou-se no primitivo povoado na Rua 7 de Setembro, atual Rua São Paulo. Adolescente, começou sua extraordinária carreira na vida pública como mestre-escola.
Em 1867, aos 16 anos, já membro da Guarda Nacional, integrou a Junta Administrativa que governou o patrimônio de Nossa Senhora das Dores do Rio Novo. Em 1875, com a emancipação do lugar, destacou-se como o primeiro secretário da Câmara de Vereadores.
Provedor das Irmandades de Nossa Senhora das Dores e de São Benedito, católico e monarquista convicto, foi também o fundador e presidente do Gabinete de Leitura, a primeira instituição cultural de Avaré.
Em 1888 fundou o primeiro jornal – O RioNovense – em cujas páginas advogou a mudança do traçado da estrada de ferro, projetada para passar longe do Rio Novo. Convenceu as autoridades provinciais a mudarem o projeto e Avaré teve a sua estação ferroviária, conquista decisiva para o desenvolvimento local.
Com a proclamação da República o jornalista foi politicamente perseguido. Expulso da cidade, quatro meses depois voltou à cidade merecendo recepção triunfal. Tabelião, passou desde então a dedicar-se a atividades culturais e depois a advogar.
Em 1923, já afastado da política, a morte da mulher, Gertrudes de Freitas, a d. Tudinha, com quem viveu por mais de 50 anos, debilitou ainda mais a sua saúde, afetada pela esclerose cerebral.
Completamente desmemoriado, Maneco Dionísio morreu aos 79 anos, no dia 23 de maio de 1930. Enterrado no antigo Cemitério de Nossa Senhora das Dores, no Bairro Alto, infelizmente sua sepultura desapareceu sem deixar vestígios. Permanece, porém, o seu legado de amor a Avaré, outrora Rio Novo, terra que amou como se nela tivesse visto a luz.