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    Novo ensino médio: Secretários de Educação e MEC querem mais horas para disciplinas básicas

    446 Jornal A Bigorna 04/07/2023 14:20:00

    Secretário estaduais de Educação entregam na tarde desta segunda-feira, 3, documento ao Ministério da Educação (MEC) que pede aumento da carga horária das disciplinas de formação básica do ensino médio, como Português, Matemática, História e Biologia. A reforma dessa etapa de ensino reduziu o tempo destinado a essas matérias para incluir no currículo itinerários formativos de áreas variadas, o que tem sido alvo de críticas de parte dos especialistas, professores e alunos.

    A proposta, segundo o Estadão apurou, se assemelha ao que o governo federal pretende anunciar após o fim da consulta pública sobre o novo modelo. Antes da reforma do ensino médio, os três anos dessa etapa tinham 2,4 mil horas de disciplinas obrigatórias. Com a mudança, esse total passou a ser de 1,8 mil horas e o restante (1,2 mil horas) corresponde a carga flexível do currículo.

    Segundo o documento ao qual o Estadão teve acesso, o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) pede que 300 horas das 1,2 mil horas dos itinerários formativos sejam usadas “de acordo com as necessidades dos Estados, podendo ser utilizadas por exemplo, para complementação da formação geral ou recomposição das aprendizagens”.

    O conselho também defende elaborar uma base dos itinerários formativos, ou seja, um direcionamento maior de como a parte flexível do currículo deve ser oferecida. Pelo modelo implementado, as redes de ensino têm liberdade para definir os itinerários formativos.

    Para os secretários é preciso ter “um orientador comum nacional que mitigue a desigualdade entre as redes na parte dos itinerários”. A falta de qualidade de boa parte dos percursos formativos oferecidos é uma das principais queixas em relação à reforma.

    O documento ainda sugere que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tenha um primeiro dia que avalie a formação geral básica, além da redação, e um segundo dia de provas de acordo com o aprofundamento escolhido pelo estudante.

    Ainda de acordo com os secretários, só com pagamento de cerca de 40 mil novos professores para o novo ensino médio, os Estados passaram a investir R$ 2,2 bilhões ao ano.

    A consulta pública no MEC sobre o novo ensino médio foi prorrogada até 5 de julho a pedido de entidades, uma delas o Consed. A pasta recebeu até sexta-feira, 30, cerca de 75,5 mil respostas aos formulários disponibilizados na internet durante o processo dee escuta - 57 mil alunos, 15 mil professores e 3 mil gestores. Com o fim da consulta, o MEC deve divulgar em até um mês um documento com propostas de mudanças para o novo ensino médio.

    A pesquisa feita pelo MEC já identificou algumas tendências de alunos e professores a respeito da reforma. Um dos consensos é a opinião de que a educação a distância, permitida nos itinerários, deve ser usada só de forma complementar. Outro ponto identificado é que os professores consideram que a formação recebida para lidar com o novo ensino médio é insuficiente.

    O governo descarta uma revogação total do modelo - como reivindicado por parte das entidades, incluindo algumas de esquerda - e pretende fazer ajustes que conciliem as principais críticas à reforma, como o aumento da carga horária destinada à formação básica. A proposta de aumentar esse teto segue em linha também com o que pedem organizações ligadas à área, como o Todos Pela Educação. O ministério pretende construir um documento baseado em consensos para evitar desgastes.(Do Estado)

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