
---------------------------------
José Carlos Santos Peres
--------------------------------
(“quem governa por redes sociais acaba sendo governado por elas; quem julga por redes sociais acaba julgado por elas” – Ronaldo Lemos, colunista Folha de S. Paulo).
Robôs descarregam narrativas falsas. Um mar de besteiras, de situações inusitadas; fábricas de maledicências operando diuturnamente. E ignorantes – quando não ignóbeis compartilhando idiotices.
A mídia (grande parte dela), a serviço de interesses outros que não os da gênesis do ofício, demitem jornalistas; acolhem sugestões de empresários endinheirados e se fazem pelos ditames da política ideológica vigente.
Poucas vezes na história deste País tantos jornalistas trabalhando em canais (TV, Rádio, Jornal etc) importantes foram e estão sendo “convidados” a baixar o tom. Há uma censura disfarçada.
O jornalismo fundamental à alma de um canal de televisão - por exemplo - acaba sendo sacrificado pelo proprietário mais preocupado com as possíveis benesses de um governo ou para agradar um grande anunciante.
As Redes Sociais, por outro lado, se transformaram numa terra de ninguém. Mas enquanto expressão popular, tudo bem. Cada um sabe o quanto lhe convém partilhar seus sentimentos e ideias.
O problema está no uso das redes pela disposição “profissional” de interessados na manipulação, na lavagem cerebral dos usuários.
O ignorante tem lá o seu salvo conduto, porque é ignorante; o ignóbil, não. Pois ignóbeis são essas pessoas que usam o sistema de maneira canalha sabendo o que estão fazendo, propositadamente.
A última eleição presidencial foi terrível, campanhas foram bombardeadas de disparos mentirosos. Muitos dos mentirosos, dos patrocinadores de robôs estão aí, livres, soltos, provavelmente se preparando para a próxima.
Pois se existisse Leis neste país – no caso, operadores isentos e capazes de aplica-las – com certeza os donos das fabricas de mentiras e os propagandistas seriam responsabilizados draconianamente, de tal maneira que pensariam duas vezes antes de agirem de maneira bandida.
*José Carlos Santos Peres é escritor