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    Palanque do Zé #143 – A estranha e eficaz estratégia americana no Vietnã

    1134 Jornal A Bigorna 03/05/2021 09:30:00

    Nos dias atuais o Vietnã, uma República Socialista localizada no Sudeste Asiático, conta com uma população de mais de 90 milhões de habitantes, o que o coloca no 14º lugar da lista de países mais populosos do mundo. Sua capital é Hanói.

    Para que possamos entender o cenário e condições da época da Guerra, vou fazer um resumo:

    A Guerra do Vietnã, que oficialmente se chama Segunda Guerra da Indochina, foi um conflito armado que aconteceu no Vietnã, Laos e Camboja, entre 1º de novembro de 1955 até 30 de abril de 1975.

    Apesar de ser  oficialmente travada entre o Vietnã do Norte e o governo do Vietnã do Sul, o exército norte-vietnamita era apoiado pela União Soviética, China e outros aliados comunistas, enquanto os sul-vietnamitas eram apoiados pelos Estados Unidos, Coreia do Sul, Austrália, Tailândia, e outras nações anti-comunistas. Vale lembrar que o Mundo vivia em plena Guerra Fria naquela época.

    Ocasionalmente os anos foram passando e, após inúmeras baixas causadas sobretudo pelas condições de guerrilha na floresta impostas pelos Viet Congs aos soldados americanos, a chamada Teoria do Dominó foi perdendo o apoio popular nos Estados Unidos, até que foi impossível para o Governo Americano, continuar na Guerra.

    Vale dizer que a Teoria do Dominó prévia que se um país se tornasse comunista, outros o seguiriam, tal como acontece com os dominós que, quando caem, arrastam consigo muitas outras peças.

    Feito todo esse contexto, vamos ao fato curioso da coluna.

    Durante a Guerra do Vietnã, os Estados Unidos estavam em desvantagem por não saberem muito bem como lutar na selva. O problema era que essa era justamente a especialidade dos Viet Congs, já que eles eram nativos.

    Isso fez com que os americanos precisassem apelar para intensos bombardeios aéreos, muita espionagem e várias ações de sabotagem.

    No âmbito da sabotagem, o Coronel John K. Singlaub, que era responsável por esses atos do lado americano, decidiu utilizar um truque antigo e “batizar” as munições dos Viet Congs, para que elas explodissem em suas próprias armas, ao invés de disparar o projétil.

    Para tanto, ele e os seus homens capturaram carregamentos de munição dos Viet Congs e alteraram sutilmente os cartuchos.

    E eles nunca adulteravam muitos. Em diversas caixas, apenas um cartucho era “batizado” com explosivos.

    Lembre-se: O objetivo não era estragar os cartuchos dos Viet Congs ou deixá-los sem munição. A ideia era afetá-los moralmente para que deixassem de confiar no armamento de que dispunham para lutar contra os inimigos.

    Então, se eles adulterassem muitas munições, os Viet Congs perceberiam que alguma coisa estava errada com aquele lote e simplesmente o abandonariam.

    Depois de o pessoal do Coronel Singlaub sabotar as munições, os integrantes das Forças Especiais Americanas identificavam depósitos de munição dos Viet Congs escondidos na floresta e, cuidadosamente, as incluíam no estoque e iam embora.

    Mas o serviço não acabava aí. Depois de feitas as trocas, os homens do Coronel Singlaub tratavam de espalhar boatos de que as fábricas chinesas estavam produzindo armas e munições defeituosas.

    Para embasar a lorota, falsificaram documentos e mensagens, que eram deixadas nos campos de batalha, como se os oficiais Viet Congs estivessem reclamando da qualidade das armas e munições.

    Visando tornar a história mais convincente ainda, a rádio oficial das Forças Armadas Americanas vivia alertando os seus soldados para que não usassem armas do inimigo recolhidas no campo de batalha, pois havia o risco de serem defeituosas.

    Essa operação de sabotagem, que tinha o codinome “Filho Mais Velho”, durou entre 1968 e 1969 e deu muito certo. Até que algum dedo-duro a revelou para um jornalista, e a trapaça toda foi encerrada.

    Mas não para sempre. Em 2012 o Jornal The New York Times afirmou que o governo da Síria estava usando a mesma tática contra os rebeldes anti-governo.

    E os sírios explicaram que aprenderam o truque com os americanos, que sabotavam com projéteis explosivos a munição de terroristas no Iraque e Afeganistão...

    Depois eu digo que o futuro é mera repetição do passado e as pessoas não acreditam!

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