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    780 Jornal A Bigorna 22/10/2023 19:40:00

    Palanque do Zé

    Vou contar algo que você provavelmente não sabe: A sua internet, telefonia fixa e até mesmo os sistemas de telégrafo, são interligados globalmente por cabos submarinos.

    Sim. Eles literalmente esticaram cabos de dados através dos oceanos, de um continente a outro!

    Nesse contexto, o cabo submarino AAE-1, também conhecido como Asia-Africa-Europe, desempenha um papel fundamental na manutenção da conectividade de alta velocidade da internet em todo o mundo.

    Estendendo-se por 24.940 quilômetros, ele conecta Hong Kong a Marselha, na França, com ramificações que vão pelo Sudeste Asiático, Oriente Médio, África e Europa.

    No entanto, em 7 de junho de 2022, ocorreu um incidente que destacou a vulnerabilidade desses cabos.

    O AAE-1 foi danificado no trecho que passa pelo Mar Vermelho, no Egito, em circunstâncias misteriosas, resultando em cortes de conectividade em várias regiões.

    A causa suspeita desse problema é uma âncora mal colocada, já que a conexão submarina é suscetível a danos causados por embarcações.

    Não foi a primeira vez que isso aconteceu e, com certeza, não será a última.

    O impacto do rompimento foi significativo, com países como Etiópia e Somália perdendo uma grande parte de sua conectividade na Internet, e gigantes da tecnologia, como Google, Amazon e Microsoft, enfrentando interrupções nos serviços de nuvem que se estendiam da Ásia à Europa.

    Embora o cabo tenha sido reparado rapidamente, o incidente serviu, mais uma vez, de alerta para o problema.

    Os cabos submarinos têm uma longa história que remonta ao século XIX, quando foram inicialmente usados para transmitir sinais de telégrafo.

    O primeiro cabo submarino, lançado em 1850, conectava a Inglaterra à França, mas teve uma vida útil curta de apenas três dias, devido a danos causados por um pescador.

    No entanto, esse experimento levou ao desenvolvimento de cabos submarinos blindados e mais robustos.

    O primeiro cabo transatlântico, que conectava os Estados Unidos à Grã-Bretanha, entrou em operação em 1858, mas também enfrentou desafios, funcionando por apenas três semanas.

    Com o tempo, foram desenvolvidos cabos mais resistentes e, atualmente, cerca de 550 cabos de fibra óptica submarinos conectam todos os continentes do mundo, exceto a Antártica.

    Apesar dos avanços na tecnologia, os cabos submarinos ainda enfrentam desafios devido à natureza instável do leito oceânico. Incidentes, como navios que lançam suas âncoras de forma inadequada, podem interromper as conexões, afetando países e continentes inteiros. Até mesmo um tubarão xereta pode interromper a Internet.

    A região do Mar Vermelho, em particular, é considerada crítica devido ao tráfego intenso e ao risco de interrupções. Solucionar esses problemas é complexo, pois envolve altos custos e desafios geográficos.

    A dependência contínua dessas conexões submarinas destaca a importância de buscar rotas alternativas para reduzir pontos críticos de falha, mesmo que isso implique custos significativos.

    A confiabilidade e a resiliência das conexões por cabos submarinos continuam a ser essenciais para manter a conectividade de alta velocidade da internet, pois em razão da latência, a transmissão de dados via satélite ainda não é viável para grandes volumes de dados.

     

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