Palanque do Zé
Essa semana, aprendi um termo novo: Assembleia de Vozes.
Mas o que isso significa?
Resumidamente, a Assembleia de Vozes é a reunião de pessoas que você escolhe para te aconselhar e te ajudar a fazer melhores escolhas. Ou seja, são as pessoas que te cercam e exercem influência sobre você.
Daí me sobreveio o seguinte pensamento: Se é fato que todo mundo tem uma Assembleia de Vozes, não deveríamos considerar quem cerca um candidato, antes de lhe conferir o seu voto?
Naturalmente, a resposta é sim. Para exemplificar melhor o que quero dizer, vamos usar os casos de três Presidentes da República.
Falemos do Ditador Getúlio Vargas. Sua filha Alzira Vargas do Amaral Peixoto, apesar de jamais ter recebido um único voto (ou ter apoio das Forças Armadas), foi chefe do Gabinete Civil da Presidência da República durante o Governo de seu Pai, função assumida quando – pasmem – ainda cursava o último ano da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Ou seja, uma pessoa que não era sequer Bacharel em Direito, tinha muita influência na política nacional, apenas por ser filha de quem era.
Ruth Vilaça Correia Leite Cardoso também jamais se candidatou a qualquer cargo público, mas era casada com Fernando Henrique Cardoso, o 34º Presidente do Brasil. Ela foi uma bem-sucedida antropóloga, que se engajou em políticas sociais e impôs gradativamente a modernização do assistencialismo no País. Sem um único voto.
Rosângela Lula da Silva, popularmente conhecida como Janja, é a atual Primeira-Dama do País, por ser a terceira esposa de Luiz Inácio Lula da Silva. Como todos sabem, ela tem se destacado mais do que outras pessoas integrantes da Assembleia de Vozes de Lula, tendo chegado a “impedir” que o Marido assinasse a Garantia da Lei e da Ordem no 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram vandalizadas, para “não dar o Governo aos Militares”. Assim como as demais citadas, Janja não recebeu votos.
Percebam: Não estou comparando uma pessoa com outra ou querendo dizer que as citadas são as únicas que influenciaram os parentes nas políticas públicas.
O que quero destacar, é que devemos tomar cuidado não somente com os candidatos em que pretendemos votar, mas também com as pessoas que os cercam, ou seja, com os integrantes da sua Assembleia de Vozes.
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