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    715 Jornal A Bigorna 28/01/2024 18:40:00

    Palanque do Zé

    Já contei noutra oportunidade, como escrevo as colunas. Algumas simplesmente saem da minha cabeça para o papel, como mágica. Outras demandam horas e horas de pesquisa. Mas uma pequena parte das ideias fica armazenada no meu subconsciente, esperando a hora de vir ao mundo.

    Comecei as férias com algo sempre martelando a minha mente, lá no fundo: Por que o jornalismo anda tão ruim? Com a correria do trabalho, eu realmente não conseguia parar para constatar se essa era uma afirmativa falsa ou não.

    Com tempo livre, dois dias depois do Natal, acessei a internet e perguntei ao Google: Quais são os maiores veículos de mídia do mundo?

    A resposta foi bastante completa e me levou a um site que se dispunha a catalogar os órgãos de imprensa do mundo todo, dando o seu endereço eletrônico, inclusive. Foi assim que acessei mais de 40 sites noticiosos de lugares como Estados Unidos, Argentina, Tuvalu, Canadá, Indonésia, Irã, Rússia, Cuba, Chile e Reino Unido.

    Para conseguir ler o que tais sites diziam, me vali do tradutor nativo que existe no navegador Microsoft Edge. Para línguas de origem Latina como inglês, italiano, espanhol e etc., ele é realmente muito bom. Para russo, chinês, hindi e etc., nem tanto. Mas deu para o gasto.

    Muita coisa realmente estranha apareceu, tal como jornais com nomes estranhos, designs amadores e textos duvidosos. Então decidi focar em veículos de imprensa mundialmente conhecidos, como The Washington Post, Financial Times, The Guardian, La Nacion, Corriere Della Sera, El País, BBC, Reuters, CNN e Aljazeera.

    Não deixei o jornalismo nacional de fora, e pesquisei o Estadão, Folha, UOL, Globo, Gazeta do Povo, Revista Oeste, Band, Poder360, Correio Braziliense e Gaúcha Zero Hora, dentre vários outros.

    Toda essa pesquisa levou cerca de 5 horas.

    A conclusão de que o jornalismo anda ruim nos últimos tempos, para mim, se confirmou. Percebi que os veículos de mídia perderam a capacidade de informar sem tomar partido e de opinar baseado em fatos, não em acordos comerciais espúrios.

    O jornalismo mundial, para mim, perdeu a alma. Minha mãe assinava o Estadão desde que eu tinha uns dez anos. Quando cresci, passei a assinar novamente. Mas já não era a mesma coisa dos anos 90. O Estadão também perdeu sua alma.

    Mas, nessa pesquisa, percebi dois jornais americanos realmente muito bons: The New York Times de The Washington Post. Eles, assim como todos os veículos de mídia ao redor do globo, passam por dificuldades financeiras e já não dão lucro há anos, mas ambos foram adquiridos por bilionários que os sustentam porque percebem que poder é mais importante do que dinheiro.

    Os dois jornais me cativaram porque, apesar de serem antigos e terem se adaptado aos novos tempos, não perderam a essência do jornalismo: Contar histórias, emocionar e trazer a notícia como ela é, sem contaminação ideológica. Em ambos os periódicos, o “chicote estala” para políticos de todo o espectro político, ao mesmo tempo que suas atitudes também são elogiadas, quando é o caso.

    Eu estava tão farto de jornalismo com a profundidade de um pires, que decidi assinar o The New York Times. Sim, o pagamento é em dólar, mas é mais barato do que você imagina!

    Várias seções do Jornal me agradam, mas a que mais me cativa é a que eles chamam de “The Great Read”, que em português seria algo como “A Grande Leitura”. Ela é publicada aos domingos.

    Nesta coluna, já li histórias de um pescador de vieiras em dificuldades por causa da mudança climática, a história de um esquizofrênico que recusa tratamento e por isso acabou morando numa floresta, a história de um cara que passou a vida toda construindo um estúdio para ouvir músicas em alta fidelidade e até mesmo a história de um policial de Nova Iorque que foi punido por dar multas de trânsito para amigos de poderosos, dentre outras tantas.

    Nunca achei que chegaria a dizer isso um dia, mas o The New York Times me fez retomar o gosto pelo jornalismo! Se você, assim como eu, gosta de ler um bom jornal, como era o Estadão nos anos 90, mas não entende inglês, não deixe de se valer do tradutor nativo existente no seu navegador de internet. Como disse acima, as traduções instantâneas do inglês para o português são 99% perfeitas, de modo que os eventuais erros que você encontre não serão capazes de atrapalhar a fluidez da leitura ou a compreensão do texto.

     

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