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    Palanque do Zé #288 – Quando caminhei pelo Vale das Sombras

    436 Jornal A Bigorna 18/02/2024 20:30:00

    Essa semana, tive uma conversa com minha Mãe, sobre política e tudo o mais que daí advém.

    E me lembrei de quando era Vereador-Mirim e Presidente da Câmara Mirim. Como todo jovem desmiolado, naquela época eu também achava que a Esquerda era capaz de resolver os problemas do Mundo.

    Hoje, com a experiência que tenho, e com os novos conhecimentos que adquiri, dou graças por nunca ter me filiado ao Partido dos Trabalhadores. Somente minha Mãe e Deus sabem como fiquei muito perto disso.

    Me lembro como se fosse hoje: Minha Mãe e eu estávamos no saguão da Câmara Municipal de Avaré, onde hoje funciona a Secretaria Municipal de Saúde, numa convenção do PT, quando uma jovem se aproximou de mim e me entregou caneta e a ficha de filiação.

    Procuramos uma mesa para preencher a ficha e foi então que minha Mãe perguntou: Tem certeza?

    Foi por somente esse simples questionamento, que deixei de me integrar aos quadros do Partido que, meses depois, seria conhecido pela prática do Mensalão, o maior esquema de corrupção do Brasil.

    Mas, na época, estar com os esquerdistas não parecia ser algo ruim, porque naqueles dias (ao menos para mim), a vida era uma personificação do desejo de que podemos mudar tudo sem mudar nada. Eu achava que não precisaríamos repensar nossa relação com a liberdade e valores.

    Lembre-se que eu tinha uns 14 ou 15 anos naquela época, e achava certo continuar acreditando que o Mundo deveria ser um lugar melhor, e não sempre do jeito que o conhecemos.

    Naquele tempo, também tive contato com uma das maiores enganações que a esquerda nacional produziu: O Renda Básica de Cidadania, projeto do então Senador Eduardo Suplicy (gente boníssima), que visa garantir a todos os cidadãos o direito a uma renda mínima, independentemente de sua origem, raça, sexo, idade ou condição socioeconômica.

    É claro que não deu certo, tanto por falta de vontade política de Lula, quanto porque o projeto nunca considerou a realidade: Inflação e falta de fundos, mas isso é papo para outro dia.

    O ponto é que uma fantasia dessas era bem tentadora para um adolescente. Imagine só, viver em um Mundo onde nossas indulgências favoritas não precisassem vir às custas de outra pessoa? De certo modo, o Renda Básica de Cidadania foi uma ideia que ressignificou o assistencialismo como virtude. E para a classe política, foi a confirmação de que ganhar dinheiro e votos fazendo o bem poderia ser possível.
    Por um momento, esqueça da realidade: A ideia de ver um Mundo sem fome tem o seu charme natural.

    Por esse ponto de vista, o Renda Básica de Cidadania era sobre como as pessoas, juntas, resolviam grandes problemas em cima da hora. Era sobre o potencial infinito da engenhosidade humana, nossa capacidade de tornar o impossível em possível.

    Mas quanto mais tempo passei com essa gente, mais senti que todos os seus objetivos estavam fundamentalmente baseados no benefício próprio, nas vantagens pessoais e na ganância desmedida, foi então que percebi que ali não era o meu lugar.

     

    Quando penso naquela época, a única coisa que me consola é o Salmo 23:

    1 - O Senhor é o meu pastor, nada me faltará.

    2 - Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas.

    3 - Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome.

    4 - Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.

    5 - Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.

    6 - Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.



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