• testando

    Pátria amada não pode ser pátria armada, diz arcebispo em Aparecida 

    1036 Jornal A Bigorna 12/10/2021 21:20:00

    O arcebispo de Aparecida dom Orlando Brandes, em missa nesta terça-feira (12), quando afirmou que "para ser pátria amada não pode ser pátria armada" - Gustavo Marcelino

    "Hoje é o Dia das Crianças. Vamos abraçar os nossos pobres e também nossas autoridades para que juntos construamos um Brasil pátria amada. E para ser pátria amada não pode ser pátria armada", disse dom Orlando Brandes.

    O arcebispo de Aparecida fez referência ao slogan utilizado por Jair Bolsonaro "Pátria Amada Brasil". O religioso criticou o que chamou de "criança fuzil", em referência a fotos recentes do presidente com jovens segurando armas, e ainda criticou o consumismo.

    Na última quinta-feira (30), em evento em Belo Horizonte com a presença do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), Bolsonaro recebeu no palco uma criança de seis anos que empunhava uma arma de brinquedo. O presidente simulou que atirava para cima e carregou a criança sobre os ombros.

    "Pátria amada não é transformar crianças inocentes em crianças fuzil. Pátria amada não é transformar a criança em consumista. As crianças precisam de outras armas, da oração, da obediência, da convivência com seus irmãos", disse. Don Brandes afirmou ainda que os pequenos são vítimas do celular.

    "Só vamos vencer com a força do espírito. A nossa maior arma é a penitência, a oração, o pedir perdão e ser um bom cristão", completou.

    O religioso também fez uma alerta sobre o discurso de ódio e as notícias falsas durante a sua fala na missa desta terça. "E para ser pátria amada seja uma pátria sem ódio. Para ser pátria amada, uma pátria, uma república sem mentiras e sem fake news, sem corrupção. É pátria amada com fraternidade. Todos irmãos construindo a grande família brasileira", afirmou.

    Na homilia desta terça-feira, dom Orlando defendeu a ciência, a vacinação contra o novo coronavírus, a paz e o desarmamento.

    O discurso foi feito diante de fiéis que lotaram o Santuário Nacional na manhã desta terça. Em clima de emoção, muitos balançavam lenços brancos e azuis na missa das 9h. Esse é o primeiro feriado dedicado à santa em que os atos litúrgicos são abertos ao público em geral desde o início da pandemia de coronavírus, mas ainda com restrições.

    No ano em que a consagração de Nossa Senhora como Padroeira do Brasil completa 90 anos, a imagem da Santa entrou na Basílica envolta no mesmo escudo usado à época, quando a imagem original encontrada por três pescadores em 1717 pegou um trem especial e deixou Aparecida rumo à então capital do Brasil, o Rio de Janeiro, para a celebração.(Da Folha de SP)

    OUTRAS NOTÍCIAS

    veja também