
Os investigadores da Operação Churrascada suspeitam que ‘intermediadores’ do desembargador Ivo de Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo, usavam postos de combustíveis para receber e ‘lavar’ propinas da venda de decisões judiciais. Um posto sob monitoramento da Procuradoria-Geral da República e da Polícia Federal fica estabelecido a cerca de 300 metros do gabinete do desembargador, situado à rua Conselheiro Furtado, Centro de São Paulo.
Aos 66 anos, desde 1987 na carreira, Almeida é presidente da 1.ª Câmara Criminal do TJ paulista. Na última quinta, 20, ele foi alvo de buscas na fase ostensiva do inquérito. Os agentes apreenderam R$ 170 mil em dinheiro vivo na residência de Ivo de Almeida, além de celulares. Em seu gabinete, em um prédio da Conselheiro Furtado - onde também ficam instalados outros desembargadores criminais-, foram apreendidos computadores.
Segundo os investigadores, dois postos de combustíveis estão vinculados diretamente a Wilson Júnior e Valmi Sampaio, supostos negociadores de propina em nome do desembargador.
A PGR considera a proximidade dos postos com o gabinete do magistrado como um dado relevante, especialmente o que fica mais próximo. “Os interlocutores frequentemente se utilizavam do posto como ponto de encontro pessoal para as negociatas.”(Do Estado de SP)