
Bebi as primeiras palavras em bicadas
Refleti, meditei
As seguintes tomei num gole
E o copo transbordando
Ensopou de letras meu paletó...
Revirei amores falsos, verdadeiros
E soluçando rimas
Bafejei quadras, sonetos...
Degluti, degustei o doce, o amargo
Entonei na madrugada
Estrofes inteiras
E zonzo, tonto de poesia
De versos totalmente embriagado
Balbuciei encharcado dessa cachaça
As verdades que somente o bêbado diz.
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MAURÍCIO DE BARROS
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