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    948 Jornal A Bigorna 07/03/2022 19:50:00

    Artigo

    Menos de uma semana depois de iniciada a guerra, parece cada vez mais provável que Vladimir Putin caminha para uma derrota histórica. Ele pode vencer todas as batalhas, mas ainda assim perder a guerra, escreveu o Historiador israelense e autor de "Sapiens: Uma Breve História da Humanidade". Yuval Noah Harari em artigo hoje (07) no jornal A Folha de SP.

    Não obstante a mesma Folha traz agora a noite a notícia de que Putin faz exigência para ‘encerrar’ a guerra que ele mesmo atrapalhadamente começou e viu seu próprio povo russo se revoltar contra o autocrata.

    Putin é um poltrão que vê ‘sua guerra’ se voltando contra ele e faz concessões que devolveriam a soberania a Ucrânia, desde que o País reconheça os estados independentes e a Criméia, além de uma rendição, na qual não coloca a limpo que tipo de rendição seria.

    Na verdade, Putin sabe que perdeu, e tal estratégia é um subterfugio para sair sem se ‘manchar muito’, mas se sair, ainda, sim, sai manchado.

    Para Harari, o sonho de Putin de reconstruir o Império Russo sempre se baseou na mentira de que a Ucrânia não é uma nação de verdade, de que os ucranianos não são um povo de verdade e de que os habitantes de Kiev, Kharkiv e Lviv sonham em ser governados por Moscou. É uma mentira absoluta.

    A Ucrânia é uma nação com mais de mil anos de história, e Kiev já era uma grande metrópole quando Moscou nem sequer tinha status de vilarejo. Mas o déspota russo já contou sua mentira tantas vezes que parece acreditar em si mesmo.

    Quando planejou sua invasão da Ucrânia, Putin pôde contar com muitos fatos conhecidos. Sabia que, em termos militares, a Rússia supera a Ucrânia de longe. Sabia que a Otan não enviaria tropas para socorrer a Ucrânia. Sabia que a dependência europeia do óleo e gás russos faria países como a Alemanha hesitarem em impor sanções duras.

    Baseado nesses fatos conhecidos, seu plano era atacar a Ucrânia com força e rapidez, decapitar seu governo, instalar um regime fantoche em Kiev e enfrentar as sanções ocidentais.

    Cada tanque russo destruído e cada soldado russo morto fortalecem a coragem dos ucranianos para resistir. E cada ucraniano morto intensifica o ódio que os ucranianos sentem dos invasores. O ódio é a mais cruel das emoções. Mas para nações oprimidas, é um tesouro oculto. Enterrado no fundo do coração, é capaz de conservar a resistência viva por gerações. – escreve Harari

    Se a guerra irá durar muito tempo, não há prognósticos, mas assistimos a luta de um povo com bravura.

    Vencendo, em tese, a guerra, Putin já perdeu sua força e revela sua fraqueza moral.

    *Por André Guazzelli

     

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