• Solidão é  prejudicial; estudo da OMS liga o isolamento a cerca de 100 mortes por hora

    67 Jornal A Bigorna 14/07/2025 10:20:00

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um relatório em que afirma que a solidão foi responsável por cerca de 871 mil mortes anuais no período de 2014 a 2019, como se 100 pessoas morressem no mundo a cada hora por causas ligadas ao problema. O estudo divulgou um panorama global inédito sobre os impactos da solidão e do isolamento social na saúde pública. "A solidão é tão prejudicial quanto fumar 15 cigarros por dia", alerta o documento

    De acordo com a OMS, entre 2014 e 2023, cerca de 1 em cada 6 pessoas no mundo relatou ter se sentido solitária. Embora o fenômeno atinja todas as idades, ele é mais comum entre adolescentes e jovens adultos: 20,9% dos jovens de 13 a 17 anos e 17,4% dos adultos entre 18 e 29 anos relataram solidão. Em países de baixa renda, a prevalência é ainda maior — chega a 24% da população.

    O relatório, elaborado pela Comissão da OMS sobre Conexão Social, destaca que a falta de vínculos significativos tem efeitos profundos não só sobre o bem-estar mental, mas também sobre a saúde física. "A desconexão social aumenta o risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, depressão, ansiedade e morte precoce", aponta o texto. Além disso, a solidão pode ter impactos econômicos amplos, afetando o desempenho educacional, a produtividade no trabalho e a inovação social.

    Para a OMS, o desafio é ainda mais urgente em razão de transformações recentes na forma como vivemos e nos relacionamos. O aumento do número de pessoas vivendo sozinhas, a urbanização acelerada, o uso crescente de tecnologias digitais e a desintegração de laços comunitários são apontados como fatores de risco. Embora ainda haja debate sobre os impactos das redes sociais, o relatório afirma que “é necessário cautela, especialmente para proteger a saúde mental dos jovens”.

    "A conexão social não é um luxo", afirma o documento. "Ela é fundamental para a saúde, para a coesão social e para a resiliência das comunidades." Segundo os autores, pequenos gestos de aproximação, como uma conversa atenciosa ou um simples sorriso, têm impacto positivo concreto. "Esses pequenos atos de conexão são ferramentas poderosas — não apenas para indivíduos, mas para melhorar nossas sociedades."

    O relatório também revela que apenas oito países, todos de alta renda, adotaram políticas públicas específicas sobre o tema: Japão, Reino Unido, Estados Unidos, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Alemanha e Países Baixos. As estratégias usadas por esses países incluem campanhas de conscientização, promoção do bem-estar social e articulação intersetorial para estimular ambientes mais conectados.

    Diante desse cenário alarmante, a Comissão propõe uma agenda de ação para a próxima década baseada em cinco frentes: elaboração de políticas públicas, promoção de intervenções eficazes, ampliação de pesquisas, produção de dados e engajamento da sociedade. “É hora de posicionar a conexão social como prioridade de saúde pública. A complacência já não é uma opção.”

    Diante desse cenário, a Comissão propõe uma agenda de ação para a próxima década, baseada em cinco frentes: elaboração de políticas públicas, promoção de intervenções eficazes, ampliação de pesquisas, produção de dados e engajamento da sociedade. “É hora de posicionar a conexão social como prioridade de saúde pública. A complacência já não é uma opção.”

    Além da formulação de estratégias nacionais, o relatório defende que governos, empresas, escolas e comunidades passem a considerar a saúde social como um pilar da saúde integral. A OMS encerra o documento com um chamado à ação: “Estamos em um momento decisivo. O tempo de agir é agora. Juntos, podemos construir sociedades mais saudáveis, inclusivas e resilientes — onde todas as pessoas tenham um senso de pertencimento, dignidade e propósito.”(DA EFE)

    OUTRAS NOTÍCIAS

    veja também