Literatura
Tardezinha. A sombra chega descalça e silenciosa; a algaravia dos pequenos pássaros ganham corpo, anunciando as chegadas. Eles se percebem e aumentam a conversação. Observo-os à pequena distância e fico me perguntando se eles sabem da rotação da terra em torno do sol, e que há um Natal no calendário dos homens...
Amanhã, assim que o sol se abrir entre as árvores, reiniciarão a conversação que parece não ter fim. E cada um, ou em bandinhos saltitantes, deixarão este sítio pela aventura dos mais diversos caminhos...
São alegres, esses pássaros pequeninos e conversadores. Tão alegres que se me perguntarem o que é felicidade não hesitaria em apontar-lhes.
Tardezinha aqui...
Preciso de um vinho, de pisar descalço na areia, tomar da brisa quase molhada algum gosto de chegada... Ou de partida.
Preciso de um barco, não sem antes, de um horizonte, que voar, de alguma maneira já me faço, quando cerro as cortinas e desligo o abajur.
*Por José Carlos Santos Peres
