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    Unidades de saúde de SP estão com estoques zerados; Santa Casa de Avaré está com dificuldades

    3235 Jornal A Bigorna 09/04/2021 13:00:00

    Pelo menos 591 serviços municipais de saúde do Estado de São Paulo estão com os estoques de bloqueadores neuromusculares zerados. Os sedativos estão em falta em 342 serviços. Os dois medicamentos são essenciais para a intubação de pacientes – procedimento que se tornou mais frequente por ser usado no tratamento dos casos mais graves de covid-19. Médicos estão recorrendo a remédios mais antigos, já fora de uso, para suprir a escassez.

    Os dados são de levantamento divulgado pelo Conselho de Secretários Municipais de Saúde de São Paulo (Cosems/SP). Como o Estadão já havia noticiado, não só hospitais, mas também Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), pronto-socorros e até postos de saúde têm recebido pacientes graves de covid-19 por causa do recrudescimento da pandemia no Estado. A Secretaria Estadual de Saúde diz que o Ministério da Saúde não está enviando os medicamentos nas quantidades necessárias.

    Avaré

     

    Em Avaré o problema para compras também está dificultando a assitência aos pacientes.

    Segundo o Provvedor Miguel Chibani, o problema é que alguns medicamentos estão escassos no mercado. “Não tem para comprar. Estou conseguindo, mas é muito pouco e vou tocar até onde der”, lamenta.

    Chibani diz que é muito difícil prever até quando o estoque da Santa Casa deve durar, já que cada paciente tem uma necessidade diferente. “Se a gente não conseguir repor, vai faltar. Já suspenderam todas as cirurgias que não são urgências para segurar para o Covid”, frisou ao declarar ao Jornal In Foco.

    Sedativos

    A situação também é preocupante em relação aos sedativos, também essenciais no kit de intubação. Dos 931 serviços municipais de 275 prefeituras que responderam no sistema estadual, 342 estão zerados. Nos demais, o estoque é suficiente para atender pacientes por até: uma semana (225), duas semanas (88), três semanas (49), um mês (60), 45 dias (40) e dois meses (32). Outros 95 responderam ter medicação do tipo suficiente para mais de dois meses.

     “Estamos usando sedativos e bloqueadores mais antigos, tentando resgatar os medicamentos que usávamos lá atrás para que ninguém fique sem assistência”, afirmou Geraldo Reple, presidente do Cosems/SP e secretário municipal de Saúde de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. “Estamos revendo todos os protocolos.”

    Os dados foram colhidos pelo conselho na segunda-feira, 5, a partir do Sistema de Monitoramento de Consumo e Estoque dos Medicamentos do Kit Intubação (Medcovid), da Coordenadoria de Assistência Farmacêutica (CAF) e Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

    A Secretaria Estadual de Saúde informou, em nota, que o ministério não está enviando medicamentos no volume suficiente para atender as demandas do Estado. “Após constantes cobranças da Secretaria de Estados de Saúde por medidas urgentes ao Ministério da Saúde para auxílio no fornecimento de medicamentos para intubação, o governo federal liberou para o Estado de São Paulo desde a última semana de março 215.313 ampolas de neurobloqueadores e anestésicos, o que corresponde a apenas 6% do que é necessário para atender a demanda mensal da rede pública, de 3,5 milhões”, explica a nota.

     “A secretaria tem enviado ofícios e participado de reuniões com representantes federais, além de apresentar propostas como a realização de acordos com farmacêuticas, aquisição estratégica internacional, monitoramento diário da demanda (atualmente é semanal), além de pleitear a ampliação da disponibilidade de compra por ata federal, atualmente restrita a 60 dias de consumo. Para diversos itens, o saldo proporcional de São Paulo se esgotou na primeira semana de março.”(Com informações do Estado)

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