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    Artigo: Autoajuda _ Ismael Tavernaro

    1279 Jornal A Bigorna 10/02/2020 23:00:00


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    Sabe por que tenho HORROR aos conteúdos de autoajuda, palestras motivacionais, coach e espiritualistas vendendo soluções milagrosas?

    Porque são um bando de mentirosos.

    A primeira coisa a ser desmascarada é: ESTÃO TODOS MENTINDO e no fundo sabem disso. Eles só não têm o peito de assumirem suas fragilidades, medos, tristezas e insegurança. Não são honestos, principalmente consigo e o motivo é simples.

    Demonstrar infelicidade é sinal de fracasso. Expor as fragilidades é indício de fraqueza e não podemos ser fracos em um mundo predatório e competitivo, do contrário, somos engolidos. Você necessita ser fodão (ou pelo menos fingir que é), bem sucedido, bem resolvido e claro, felicíssimo. É uma questão de sobrevivência.

    Pense na figura de um palestrante, daqueles corporativos. Agora imagine esse profissional cheio de dúvidas, incerto e pobre. Não vira. O cara tem que passar credibilidade - animadão pra cacete, rico, resolver qualquer problema etc. Imagine um livro de autoajuda que não oferece os 10 passos para o sucesso. Ninguém compra.

    Veja! Ou as pessoas fazem tal merda para simplesmente ganharem dinheiro - aí já nem falo nada, pois cada um sabe onde o calo aperta e o preço do papel que tem (como diria o cantor Criolo) ou, estão fodidos psicologicamente e para não expor a desgraça, em uma ação desesperada, escrevem e compartilham nas redes sociais as ladainhas. Um mecanismo de defesa. 

    A maior prova de que a autoajuda é falsa, é a sua própria ineficácia. Talvez de longe enganem os inocentes, mas, da porta para dentro, no dia a dia, olhando de perto, a conversa é outra. O “problema” é que geral tá perdido, ansioso, querendo vencer na vida. Não é à toa que a cada esquina tem alguém dando algum tipo de terapia. Não é por acaso que as indústrias farmacêuticas racham de faturar com os antidepressivos. Não é uma coincidência. Nunca na história humana houve tantos templos e botecos juntos. É estatístico, as obras de autoajuda são as mais vendidas nas prateleiras.

    Consegue vislumbrar, leitor? Fizeram disso um comércio. Os marqueteiros entenderam que o produto principal não é o objeto em si, mas a ideia de que aquele objeto trará a sua felicidade. Óbvio! Quem não quer ser feliz, porra? Inconscientemente acordamos todos os dias para isso. O conceito de felicidade para os miseráveis de alma está ligado ao consumo. Compre e se sinta feliz. Seja um carro do ano ou a propaganda do plano Gold de saúde que mostra uma família BRANCA sorrindo.

    O mecanismo é muito articulado. Eles vendem a doença para depois ofertar a cura. Desculpe se irei ofender, contudo, não estou aqui para agradar você. A estratégia que mencionei ocorre em diversos níveis da sociedade: desde as crianças que assistem os youtubers se divertindo na Disney - obrigando os pais a procurarem agências de viagens. Até as religiões que vendem o conceito de pecado e moralidade, para em seguida buscarmos o sacerdote, que por sua vez, garantem o emprego e também o título.

    A realidade do sujeito que quer salvar o mundo ou se preferir, ajudar o mundo, é muito frágil. Basta colocá-lo a prova do que ele mesmo prega que a máscara cairá.

    Não precisamos de autoajuda, precisamos de um tapa na cara para acordar.

     

    Por Ismael Tavernaro Filho

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